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Al Berto nos seus inícios. O vórtice da noite, testemunha de "Tangerina":
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"o ópio agia, desejava morrer num lugar público, sentado num bando de jardim e esperar a morte ao amanhecer. a cidade acordaria estremunhada pelas luzes dos jornais luminosos anunciando que, no centro dela, num jardim, o seu morto mais morto permanecia intacto em exposição.
vomitei, vomitei o ópio a cerveja e os soníferos, encolhi os ombros, apanhei um táxi e fui para casa. só se falha uma vez, pensei eu. subi as escadas sozinho, como sempre o fizera. sozinho, até ao fim dos dias. recomeçarei."
vomitei, vomitei o ópio a cerveja e os soníferos, encolhi os ombros, apanhei um táxi e fui para casa. só se falha uma vez, pensei eu. subi as escadas sozinho, como sempre o fizera. sozinho, até ao fim dos dias. recomeçarei."
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(Al berto, Livro Primeiro / À Procura do Vento Num Jardim de Agosto – original: 1974/1975 –, em O Medo, Contexto / Círculo de Leitores, Lisboa, 1991, p. 28)
(Al berto, Livro Primeiro / À Procura do Vento Num Jardim de Agosto – original: 1974/1975 –, em O Medo, Contexto / Círculo de Leitores, Lisboa, 1991, p. 28)