sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Mais um poema

t

o presente é o cipreste de ouro:
e
rasga o vinco do arado quando avança entre magnólias
e outras espécies menores
e
alonga-se como se fosse um cisne apressado
a fazer a vez do tempo
e
os ramos empurram-se uns aos outros
e o traço de cera arde à luz do sol e assim se desfaz
e se faz ouro

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

O último poema de hoje

e


estende
o corpo húmido
de báculo
pela escada em caracol
e
o gesto
desenha o nome da água
repartida
e
e assim entra na noite
como um caule
que se entranha no metal
do passadiço
e
penetra a laje e a lentidão
das ameixas
desce por si
como borboleta de granito
e
iça a corda o caudal a escama
e bakardi patrocina
este
programa

Outro poema

o sopro faz do vidro uma penumbra
a crescer entre o nada que já foi e a folhagem alta do socalco
e
leva a palavra com o nome que não se multiplica e por isso
da árvore cai a chama e não a folha
e
o sopro dá ao vento o que a alma dá ao vidro
uma combustão de máscaras
e
talvez um rio