A grande virtude e, ao mesmo tempo, a grande falha da blogosfera foi - e é - o seu teor centrípeto. Desde 2002/2003 que assim tem sido. No início, a inevitável tentação de os bloggers visarem a blogosfera e não a atmosfera na sua comunicação contribuiu para que uma nova cascata surgisse no espaço público (e se tornasse visível de fora). O imponderável assustou então os actores clássicos da área, os mesmos que mais tarde viriam a absorver e incoporporar o meio (basta dar um breve passeio pelos sites dos jornais para o comprovar). Quanto mais a voz do blogger continuar, hoje em dia, 'a falar' para os outros membros das restritas comunidades de bloggers, tanto mais a blogosfera tenderá a ser um nicho cada vez menos incómodo. Até porque as pequenas comunidades são todas iguais: vigilantes, censórias e limitativas (sem que, neste caso, o aceno tal aparente). Esta realidade foi um dos factores que, a certa altura, digamos em finais de 2006, me fez começar a abrandar aquilo que sempre se designou por "participação" (o próprio termo releva a centripeticidade). Esta análise implicaria outros desenvolvimentos e em nada diminui a importância - bem pelo contrário - do círculo de afectos e amizades criado (pelo menos no meu caso) com muitas pessoas que conheci por causa da blogosfera. Trata-se antes de uma questão que valeria a pena objectivar, independentemente dos protagonistas e das comunidades (muitas identificáveis) em cena. Creio que a blogosfera poderia, de algum modo, renascer... se uma suave catarse ao seu teor centrípeto fosse levada a cabo. Bom ano!
quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
sábado, 27 de dezembro de 2008
Ilha no tempo
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Boas Festas
Aqui vos deixo um catecismo para que se sintam acompanhados neste tempo de harmonia fragmentária e de motricidade espiritual.
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
A superação de uma natureza
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Sabe bem alimentar um blogue sem qualquer compulsão. Entre Julho de 2003 e o fim de 2007, foi, de facto, com bastante compulsão que tratei este espaço da rede: como uma expedição feérica, ao jeito de quem experimenta um novo instrumento e verifica que 'o que diz' é também - e quase sempre - parte desse instrumento. O uso da blogosfera é e foi, portanto, sempre parte do que haveria a dizer.
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A formação de comunidades com tendência para se fecharem é - e foi - um fenómeno que acompanhou a formação e definição da blogosfera portuguesa. O caso não é apenas lusitano, mas, nos primeiros tempos, terá sido parte de um processo de iniciação, cuja natureza se tem vindo a esvair à medida que a individuação se tem vindo a emacipar dos limites (algo impositivos e criadores de censuras, remissões e implicações próprias) das comunidades antes formadas e à medida, também, que a compulsão se tem vindo a transformar num quase normal 'facto que se comunica'.
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De algum modo, a sensação de fim da blogosfera prende-se com estas duas emancipações: do blogger face às contingências e pressões onde aprendeu a nadar e ainda - segunda emancipação - da 'urgência' do discurso face ao meio e face à inaudita visibilidade/exposição que o foram criando.
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