Pedro Marta Santos, Guia Terapêutico do cinema – Como curar insónias, fobias, depressões e desastres amorosos, Guerra e Paz, Lisboa, 2007 (Setembro).
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Pré-publicação:
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“No início de Matador de Pedro Almodovar, o protagonista (Nacho Martínez), um antigo toureiro, masturba-se em frente à televisão enquanto vê slasher films (filmes cujo objectivo é mostrar sangue e morte). Para Quentin Tarantino, um grande fã de Matador e um dos poucos cineastas que sabe transformar os slasher movies e os exploitation films em entretenimento auto-paródico, «Edison e os irmãos Lumière inventaram a câmara para filmar violência» .
Desde o seu início que o cinema tem um fraquinho pelos endiabrados e os iconoclastas. Tod Browning e James Whale gostavam de meter medo, Buñuel apreciava chocar e o Código Hays, o mecanismo auto-censório da indústria de cinema norte-americana, não impediu Elia Kazan ou Otto Preminger de abordarem temas proibidos como o racismo (Pinky), o estupro (Baby Doll) ou a droga (O Homem do Braço de Ouro). O Homem é violento, mas o Código, que vigorou entre 1934 e 1969 (!), não permitia «a obscenidade e a blasfémia» (sic). Samuel Fuller, um ex-jornalista de crime, que serviu na infantaria durante a Segunda Guerra Mundial, sabia que a vida era frequentemente obscena e blasfema, e os seus filmes libertam a fúria dessa percepção: se a dor, o sexo e a violência são tão indissociáveis da condição humana, porque não haveria de o ser do cinema?
É o nosso próprio corpo que dita essa relação ancestral entre dor, sexo e violência. A epinefrina (conhecida pelo nome mais carinhoso de adrenalina) e a norepinefrina são hormonas libertadas pelo corpo durante experiências dolorosas ou muito stressantes, podendo causar uma sensação de prazer. As endorfinas, que são uma espécie de opiáceos biológicos, produzem-se na glândula pituitária e no hipotálamo, servindo tanto de analgésico como de estimulador de bem-estar – talvez venha daqui a expressão «farmácia ambulante».
“No início de Matador de Pedro Almodovar, o protagonista (Nacho Martínez), um antigo toureiro, masturba-se em frente à televisão enquanto vê slasher films (filmes cujo objectivo é mostrar sangue e morte). Para Quentin Tarantino, um grande fã de Matador e um dos poucos cineastas que sabe transformar os slasher movies e os exploitation films em entretenimento auto-paródico, «Edison e os irmãos Lumière inventaram a câmara para filmar violência» .
Desde o seu início que o cinema tem um fraquinho pelos endiabrados e os iconoclastas. Tod Browning e James Whale gostavam de meter medo, Buñuel apreciava chocar e o Código Hays, o mecanismo auto-censório da indústria de cinema norte-americana, não impediu Elia Kazan ou Otto Preminger de abordarem temas proibidos como o racismo (Pinky), o estupro (Baby Doll) ou a droga (O Homem do Braço de Ouro). O Homem é violento, mas o Código, que vigorou entre 1934 e 1969 (!), não permitia «a obscenidade e a blasfémia» (sic). Samuel Fuller, um ex-jornalista de crime, que serviu na infantaria durante a Segunda Guerra Mundial, sabia que a vida era frequentemente obscena e blasfema, e os seus filmes libertam a fúria dessa percepção: se a dor, o sexo e a violência são tão indissociáveis da condição humana, porque não haveria de o ser do cinema?
É o nosso próprio corpo que dita essa relação ancestral entre dor, sexo e violência. A epinefrina (conhecida pelo nome mais carinhoso de adrenalina) e a norepinefrina são hormonas libertadas pelo corpo durante experiências dolorosas ou muito stressantes, podendo causar uma sensação de prazer. As endorfinas, que são uma espécie de opiáceos biológicos, produzem-se na glândula pituitária e no hipotálamo, servindo tanto de analgésico como de estimulador de bem-estar – talvez venha daqui a expressão «farmácia ambulante».
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Actualização das editoras que integram o projecto de pré-publicações do Miniscente: A Esfera das Letras, Antígona, Ariadne, Bizâncio, Campo das Letras, Colibri, Cotovia, Gradiva, Guerra e Paz, Livro do Dia, Magna Editora, Magnólia, Mareantes, Publicações Europa-América, Quasi, Presença, Sextante Editora e Vercial.
Actualização das editoras que integram o projecto de pré-publicações do Miniscente: A Esfera das Letras, Antígona, Ariadne, Bizâncio, Campo das Letras, Colibri, Cotovia, Gradiva, Guerra e Paz, Livro do Dia, Magna Editora, Magnólia, Mareantes, Publicações Europa-América, Quasi, Presença, Sextante Editora e Vercial.