Don Cheadle e John Prendergast, Basta – Acabar com o Genocídio no Darfur, Bizâncio, Lisboa, 2007 (Setembro)
ePré-publicação:
e
"PREFÁCIO
e
EU SOU UM JUDEU que se lembra da época em que o meu povo, na Europa ocupada pela Alemanha, foi condenado ao isolamento, à fome, à humilhação, a um terror indescritível e à morte. Até quase ao fim da guerra, ninguém veio em nosso auxílio.
Sou membro da família humana que se lembra dos oitocentos mil seres humanos que foram massacrados no Ruanda em 1994. Podiam ter sido salvos, mas ninguém foi em seu auxílio. Os líderes do mundo conheciam as intenções dos responsáveis e a vulnerabilidade das vítimas, mas não fizeram nada. Era tudo conhecido e, para vergonha da sociedade civilizada, centenas de milhares de homens, mulheres e crianças foram abandonados e depois chacinados.
Escrevo isto hoje porque no Darfur, Sudão, há famílias a serem deslocadas e mortas à fome, crianças atormentadas e assassinadas aos milhares e mulheres violadas com impunidade. O mundo sabe que os povos não árabes do Darfur estão a morrer aos milhares e contudo, aos olhos das vítimas, o mundo permanece indiferente à sua situação.
Recuso-me a manter o silêncio enquanto os líderes do mundo arranjam desculpas para não proteger o povo do Darfur. Escrevo para dar voz à minha compaixão pelas vítimas e à minha ira contra os líderes receosos, complacentes e relutantes em correr riscos. Lembrem-se: o silêncio ajuda o assassino, nunca as suas vítimas.
Hoje o Darfur é a capital do sofrimento humano. O Darfur merece viver e cidadãos americanos estão a dar-lhe razão para ter esperança. Não ajudar, não incitar os nossos governantes eleitos a intervir e a salvar vidas inocentes, de qualquer maneira possível e necessária, é condenarmo-nos por imoralidade. Deixar de exigir o fim do actual genocídio no Darfur colocar-nos-ia do lado errado da História. E esse pensamento devia ser intolerável para todos nós.
EU SOU UM JUDEU que se lembra da época em que o meu povo, na Europa ocupada pela Alemanha, foi condenado ao isolamento, à fome, à humilhação, a um terror indescritível e à morte. Até quase ao fim da guerra, ninguém veio em nosso auxílio.
Sou membro da família humana que se lembra dos oitocentos mil seres humanos que foram massacrados no Ruanda em 1994. Podiam ter sido salvos, mas ninguém foi em seu auxílio. Os líderes do mundo conheciam as intenções dos responsáveis e a vulnerabilidade das vítimas, mas não fizeram nada. Era tudo conhecido e, para vergonha da sociedade civilizada, centenas de milhares de homens, mulheres e crianças foram abandonados e depois chacinados.
Escrevo isto hoje porque no Darfur, Sudão, há famílias a serem deslocadas e mortas à fome, crianças atormentadas e assassinadas aos milhares e mulheres violadas com impunidade. O mundo sabe que os povos não árabes do Darfur estão a morrer aos milhares e contudo, aos olhos das vítimas, o mundo permanece indiferente à sua situação.
Recuso-me a manter o silêncio enquanto os líderes do mundo arranjam desculpas para não proteger o povo do Darfur. Escrevo para dar voz à minha compaixão pelas vítimas e à minha ira contra os líderes receosos, complacentes e relutantes em correr riscos. Lembrem-se: o silêncio ajuda o assassino, nunca as suas vítimas.
Hoje o Darfur é a capital do sofrimento humano. O Darfur merece viver e cidadãos americanos estão a dar-lhe razão para ter esperança. Não ajudar, não incitar os nossos governantes eleitos a intervir e a salvar vidas inocentes, de qualquer maneira possível e necessária, é condenarmo-nos por imoralidade. Deixar de exigir o fim do actual genocídio no Darfur colocar-nos-ia do lado errado da História. E esse pensamento devia ser intolerável para todos nós.
e
Pela nossa humanidade, SALVEM O DARFUR!
Pela nossa humanidade, SALVEM O DARFUR!
e
Professor Elie Wiesel.
eProfessor Elie Wiesel.
Actualização das editoras que integram o projecto de pré-publicações do Miniscente: A Esfera das Letras, Antígona, Ariadne, Bizâncio, Campo das Letras, Colibri, Cotovia, Gradiva, Guerra e Paz, Livro do Dia, Magna Editora, Magnólia, Mareantes, Publicações Europa-América, Quasi, Presença, Sextante Editora e Vercial.