Por vezes, a lucidez é uma questão de espuma. Sem dúvida nenhuma. E quando a intriga flui ao jeito de Ruth Rendell, é óbvio que o simples facto de um personagem “usar a cabeça” se pode transformar numa caixa de surpresas. Embora a cerveja – e não tanto o “sumo de laranja” – a tal ajude. E de que maneira:
e
“Com um copo de cerveja à sua frente e não sumo de laranja, Wexford disse:
- Tu és pior do que o Dr. Watson! E já que falamos nisso, embora eu tenha o maior respeito por Sir Arthur, a vida não é muito parecida com as histórias de Sherlock Holmes e não creio que alguma vez fosse. As pessoas não alimentam vinganças durante anos e anos, nem acham impossível subornar agentes de vendas mais ou menos respeitáveis, pais de família, para assassinarem por sua conta.
- Mas disseste – retorquiu Crocker – que os Scott estavam em casa dos Rushworth.
- Não, não disse. Usa a cabeça!”
“Com um copo de cerveja à sua frente e não sumo de laranja, Wexford disse:
- Tu és pior do que o Dr. Watson! E já que falamos nisso, embora eu tenha o maior respeito por Sir Arthur, a vida não é muito parecida com as histórias de Sherlock Holmes e não creio que alguma vez fosse. As pessoas não alimentam vinganças durante anos e anos, nem acham impossível subornar agentes de vendas mais ou menos respeitáveis, pais de família, para assassinarem por sua conta.
- Mas disseste – retorquiu Crocker – que os Scott estavam em casa dos Rushworth.
- Não, não disse. Usa a cabeça!”
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(Ruth Rendell, Morte nas Ruínas, Publicações Europa-América, Mem Martins, 2006, p. 184/185)
(Ruth Rendell, Morte nas Ruínas, Publicações Europa-América, Mem Martins, 2006, p. 184/185)