Era bom, era!
eQuando se vive em estado de obstinação, sabe-se que o ponto de vista que se tem é assimilado pelo próprio objecto a atingir (confundindo-se com ele), o que estimula a cegueira e impede qualquer discussão. Quando é a determinação que está em jogo, torna-se óbvio que o ponto de vista e o objecto a atingir se dissociam, podendo um e outro ser discutidos (ainda que encaloradamente). Mas há uma terceira hipótese: continuar obstinado, simulando um súbito estado de determinação. Parece-me ser esse o caso do hoje já tão falado “recuo” de Sócrates. Lembram-se do “passo atrás” e dos “dois em frente” da arqueologia leninista?