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Desde que o Público foi renovado que, durante quatro dias da semana na última página, Helena Matos e Rui Tavares esgrimem um contraditório interessante, sintomaticamente designado "Pingue-pongue". De repente, Rui Tavares efectuou uma espécie de fuga para a frente ao sistema e decidiu - estará no seu direito - diagnosticar as carências de Lisboa (élections obligent). Helena Matos reagiu, pressentindo provavelmente algum esgotamento do frente a frente. Esta crise do sentido fez Rui Tavares, por sua vez, lucubrar - muito à moda blogosférica, diga-se - sobre a sua infinita liberdade pessoal: "Um texto de opinião assinado com o meu nome serve para eu escever sobre o que eu desejar...". Embora a pequena procissão acabe de sair do adro, não deixa de ser verdade que há dez anos, não é preciso mais, este tipo de trica (ou metatrica) não teria qualquer razão de ser nos media tradicionais. É o mundo da rede - a sua provisoriedade e o seu zapping interactivo - a pressionar a própria estrutura dos jornais. É esse o véu que aqui vejo suavemente a levantar-se. Irei, pois, seguir a promissora intriga.