terça-feira, 3 de abril de 2007

Parabéns à maresia

e
Escreve Paulo Pinto Mascarenhas no "Editorial" que abre o terceiro ano da revista Atlântico: "O terceiro ano que agora começa é o da consolidação da revista e do pensamento liberal que esteve na base da sua criação, seja ele - conjunturalmente - mais defendido à esquerda ou à direita". O que mais aprecio no diagnóstico é o seu carácter cirúrgico. Ou seja, é a relevância atribuída ao papel da "conjuntura" que acaba por retirar aspirações imperiais ao facilitismo das categorias "direita" e "esquerda", remetendo-as para o que são cada vez mais nos dias de hoje: legados particularmente errantes, cartografados a partir do excesso de ruído acumulado pela memória (histórica) e, sobretudo - no modo como fecham mundos ao serem invocados -, inertes face àquilo que tende a ser (idealmente) a natureza de usufruto pleno dos nossos actos e expressões - a liberdade. Aproveito para saudar o Paulo e todo o projecto da Atlântico, pelo modo desabrido e sério como se têm proposto pensar o tempo que nos rodeia e enuncia. E, claro, não deixo de realçar que é a primeira vez que ingresso num "Quadro de Honra", ao lado de mais 199 amantes da orla marítima. Feito que no meu antigo (e exigente) Liceu nunca logrei antingir!