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O Miniscente tem estado a publicar uma série de entrevistas acerca da blogosfera e dos seus impactos na vida específica dos próprios entrevistados. Hoje o convidado é Paulo Querido, jornalista, 46 anos (http://pauloquerido.net/).
O Miniscente tem estado a publicar uma série de entrevistas acerca da blogosfera e dos seus impactos na vida específica dos próprios entrevistados. Hoje o convidado é Paulo Querido, jornalista, 46 anos (http://pauloquerido.net/).
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- O que é que lhe diz a palavra “blogosfera”?
Numa palavra? Confusão. Num período? A combinação de tecnologias de auto-edição com os egos inflamáveis de milhares de estreantes na comunicação de massas provocou um terramoto comunicacional de assinaláveis proporções cujas ondas de choque estão a transformar inexoravelmente uma mão cheia de indústrias. Se não for a combinação de tecnologias de selecção e escolha com a capacidade de discernimento dos indivíduos, o ruído sobrepor-se-á à mensagem tornando-se nela e deixando a humanidade entregue ao desnorte do instantâneo e do virtual. A blogosfera aumentou a confusão e com ela aumentou a escolha. Mais do que antes da Internet, o homem precisa de flappers entre ele e a realidade.
- Qual foi o acontecimento (nacional ou internacional) que mais intensamente seguiu apenas através de blogues?
Nenhum. Acontecimentos dessas ordens de grandeza não podem ser seguidos apenas através da "sabedoria das multidões". O blogger comenta, opina, curto-circuita ou retro-alimenta uma informação e com isto contribui para aperfeiçoar o mosaico de escolhas, realçando as pistas certas e erradas. Mas -- excepto casos pontuais que confirmam a regra -- não se espera do blogger a reportagem dos acontecimentos. Não tem a instrumentação para tal. Nem há (ainda?) ferramentas para apurar da blogosfera as sínteses sem as quais não existe informação.
- Qual foi o maior impacto que os blogues tiveram na sua vida pessoal?
Não foi directamente através deles, como nos casos de estudo, mas sem os blogues não teria conhecido a minha mulher.
- Acredita que a blogosfera é uma forma de expressão editorialmente livre?
Ah, é então uma questão de fé! Nesse caso, acredito.
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Entrevistas anteriores: Série I - Carlos Zorrinho, Jorge Reis-Sá, Nuno Magalhães, José Luís Peixoto, Carlos Pinto Coelho, José Quintela, Reginaldo de Almeida, Filipa Abecassis, Pedro Baganha, Hans van Wetering, Milton Ribeiro, José Alexandre Ramos, Paulo Tunhas, António Nunes Pereira, Fernando Negrão, Emanuel Vitorino, António M. Ferro, Francisco Curate, Ivone Ferreira, Luís Graça, Manuel Pedro Ferreira, Maria Augusta Babo, Luís Carloto Marques, Eduardo Côrte-real, Lúcia Encarnação, Paulo José Miranda, João Nasi Pereira, Susana Silva Leite, Isabel Rodrigues, Carlos Vilarinho, Cris Passinato, Fernanda Barrocas, Helena Roque, Maria Gabriela Rocha, Onésimo Almeida, Patrícia Gomes da Silva, José Carlos Abrantes, Paulo Pandjiarjian, Marcelo Bonvicino, Maria João Baltazar, Jorge Palinhos, Susana Santos, Miguel Martins e Manuel Pinto e Jorge Mangas Peña. Série II – Eduardo Pitta e Paulo Querido. Amanhã: Carlos Leone.
- O que é que lhe diz a palavra “blogosfera”?
Numa palavra? Confusão. Num período? A combinação de tecnologias de auto-edição com os egos inflamáveis de milhares de estreantes na comunicação de massas provocou um terramoto comunicacional de assinaláveis proporções cujas ondas de choque estão a transformar inexoravelmente uma mão cheia de indústrias. Se não for a combinação de tecnologias de selecção e escolha com a capacidade de discernimento dos indivíduos, o ruído sobrepor-se-á à mensagem tornando-se nela e deixando a humanidade entregue ao desnorte do instantâneo e do virtual. A blogosfera aumentou a confusão e com ela aumentou a escolha. Mais do que antes da Internet, o homem precisa de flappers entre ele e a realidade.
- Qual foi o acontecimento (nacional ou internacional) que mais intensamente seguiu apenas através de blogues?
Nenhum. Acontecimentos dessas ordens de grandeza não podem ser seguidos apenas através da "sabedoria das multidões". O blogger comenta, opina, curto-circuita ou retro-alimenta uma informação e com isto contribui para aperfeiçoar o mosaico de escolhas, realçando as pistas certas e erradas. Mas -- excepto casos pontuais que confirmam a regra -- não se espera do blogger a reportagem dos acontecimentos. Não tem a instrumentação para tal. Nem há (ainda?) ferramentas para apurar da blogosfera as sínteses sem as quais não existe informação.
- Qual foi o maior impacto que os blogues tiveram na sua vida pessoal?
Não foi directamente através deles, como nos casos de estudo, mas sem os blogues não teria conhecido a minha mulher.
- Acredita que a blogosfera é uma forma de expressão editorialmente livre?
Ah, é então uma questão de fé! Nesse caso, acredito.
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Entrevistas anteriores: Série I - Carlos Zorrinho, Jorge Reis-Sá, Nuno Magalhães, José Luís Peixoto, Carlos Pinto Coelho, José Quintela, Reginaldo de Almeida, Filipa Abecassis, Pedro Baganha, Hans van Wetering, Milton Ribeiro, José Alexandre Ramos, Paulo Tunhas, António Nunes Pereira, Fernando Negrão, Emanuel Vitorino, António M. Ferro, Francisco Curate, Ivone Ferreira, Luís Graça, Manuel Pedro Ferreira, Maria Augusta Babo, Luís Carloto Marques, Eduardo Côrte-real, Lúcia Encarnação, Paulo José Miranda, João Nasi Pereira, Susana Silva Leite, Isabel Rodrigues, Carlos Vilarinho, Cris Passinato, Fernanda Barrocas, Helena Roque, Maria Gabriela Rocha, Onésimo Almeida, Patrícia Gomes da Silva, José Carlos Abrantes, Paulo Pandjiarjian, Marcelo Bonvicino, Maria João Baltazar, Jorge Palinhos, Susana Santos, Miguel Martins e Manuel Pinto e Jorge Mangas Peña. Série II – Eduardo Pitta e Paulo Querido. Amanhã: Carlos Leone.