terça-feira, 14 de março de 2006

Os abismos do Ocidente

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O meu amigo Alberto Magalhães enviou-me a sua crónica que vai para o ar na Rádio Diana hoje mesmo. Trata-se de um texto no mínimo bastante oportuno. Passo a publicá-lo (quando é que fazes um blogue e te deixas de preguiças, Alberto?):
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"O senhor Abdul Jabar Al-Kubasy é o fundador e líder da Aliança Patriótica Iraquiana, formada por antigos elementos do partido Baas (o de Saddam Hussein, sim senhor), de outros partidos pan-arábicos e de diversos outros grupos. A Aliança Patriótica foi fundada em 1992, depois da primeira guerra do Golfo e organizou uma campanha contra o embargo da ONU aos produtos iraquianos.
O senhor Abdul Jabar deixou o Iraque em 1976 e regressou em 2003, tendo estado prisioneiro das forças americanas até ao Natal de 2005. Afirma que a resistência no Iraque contra as forças estrangeiras não vai parar. Afirma que se orgulham de estar na linha da frente dessa luta. Que são fortes com os apoios que recebem. Acusa ainda os americanos de tudo fazerem para criar uma guerra civil entre sunitas e xiitas.
Tudo isto disse no sábado, na Casa do Alentejo, em Lisboa, o senhor Abdul Jabar, a convite de “54 organizações ligadas à esquerda”, como as descreve o jornal Público adiantando: “No fim do discurso as cerca de cento e cinquenta pessoas que o ouviam, aplaudiram de pé e com gritos de: “O Iraque vencerá”. Portanto, pelas minhas contas, uma média de presenças por organização inferior a três pessoas, nesta iniciativa tão significativa que ocupa meia página do matutino.
Das 54 organizações presentes, o jornal destaca uma coisa chamada Tribunal Mundial sobre o Iraque, representada por um tal Manuel Barroso, o Bloco de Esquerda, o Partido Comunista Português e alguns dos seus satélites habituais, a saber: o Conselho para a Paz e a Cooperação, representado por Domingos Lopes, o Partido Ecologista os Verdes, o Movimento Democrático das Mulheres, a CGTP-Intersindical e, ainda, a Associação 25 de Abril.
A iniciativa chamou-se “três anos de ocupação, três anos de resistência”. Para que conste, quando se vêem as imagens de destruição e morte provocadas por bombistas, suicidas ou não, contra os homens, mulheres e crianças do Iraque, estamos agora autorizados a pensar nas “54 organizações ligadas à esquerda” que apoiam a Aliança Patriótica Iraquiana, que se vangloria de estar na linha da frente dessa luta."