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O exibicionismo não mostra absolutamente nada. O exibicionismo dá sobretudo a ver aquilo que é inevitavelmente reenviado para outra e outra coisa. O exibicionismo não mostra nenhum objecto, antes o suprime. Dez anos depois da morte dos "Mamonas Assassinas", as caixas de correio electrónico estão a encher-se de mensagens como esta:
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"Você vai ver agora! Todo o vídeo do acidente que foram proibido até mesmo dos parentes das vítimas ver, eles não agüentariam assistirem tudo isso. Segurem o estomago e se possível não deixem crianças menores que 10 anos verem isto, pois é bastante forte, clique em 'Baixar' para baixar! E veja o que até agora estava proibido."
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A rede, ao garantir a circulação de quase todos os dados, tanto mostra como sumprime aquilo que dá a ver. O abjecto está, pois, sujeito a esta caprichosa montagem. Será uma censura natural, quase genética, que joga a nosso favor contra a força do imponderável?