Nada parece sufocar o olhar gelado de Octaviano: nem as letras, nem a mãe, nem os segredos, nem sobretudo a morte (prolepse terrível). Os testículos ainda quentinhos sempre surtem o seu efeito a prazo. Sufoca-o decerto o manietar dos escudos, o lado prático da gesta. No entanto, o simplório Pulo, sem os pruridos e o zelo de Voreno, já se tornou no seu cúmplice de armas e de confissões mais negras. Voreno, depois de várias OPAs falhadas, consegue voltar a respirar o sangue dos veteranos (Evocatti), revendo-se na purificação com que volta a partir. Ao serviço de um “tirano”, mas também em nome da “República”, essa fatalidade que Servilia pronuncia com horror no momento em que César dela (afectuosamente) se despede. Por fim, a Pompeu, restar-lhe-á para já a abertura do mar, a pobreza de espírito dos escravos e a maresia grega para recordar a pertinácia dos senadores (e… Barthes lá foi pedir o seu subsidiozinho de reinserção, ou não terá antes sido aquele novo complemento de reforma anunciado há dias por Sócrates?). Contudo, nas catacumbas do espírito, continuam a pairar várias tragédias ao mesmo tempo: a mulher de Voreno, as pragas proféticas, a doença dos génios (I know what I mean) e o leme que conduz a própria história. É devido à navegação que liga destino e história (minúscula, minúscula sempre!) que Calvino nos relembra: “A história da literatura é rica de incipit memoráveis, enquanto os finais que apresentem uma verdadeira originalidade como forma e como significado são mais raros, ou pelo menos não se apresentam à memória assim com tanta facilidade”. Nada melhor, portanto, do que o Media Res. Gozem a vida, gozem o simples curso das coisas, gozem o Carnaval! (Átia… continua a ser a madrinha ideal dessa puríssima sagesse).