Crescente poético luso - 5
Regressemos hoje, nesta noite ventanosa do fim de Maio, ao escalabitano Ibn Sâra (m.1123):
A braseira - VI
Quando partiram,
o violento siflar do vento frio
divertia-se com a chama, jovem
de rosto descoberto, hábil,
que, com sua fugitiva meditação,
procurava o destino da fonte
e as cores do pudor;
brilho dourado que, na obscuridade,
com o seu fogo sem fumo,
se assemelhava ao relâmpago
que golpeia a nuvem diluída em chuva.
Quando sobre as chamas o zéfiro sopra,
o cavalo oscila como uma víbora,
ao sentir os freios na boca,
e parece guardá-los dentro do seu peito
quando o temor da separação
(se) aninha no meu.
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(tradução de Teresa Garulo, sendo minha a fixação da versão portuguesa; Proj. Práxis nº2/2. 1/CSH 7750 795)