sábado, 24 de julho de 2004

Estado líquido

 
Estou em Lisboa entre o fim da D. Carlos e o rio. Guindastes imobilizados, aragem quente e húmida, calor quase tropical. No meio deste ringue de espécies tórridas, o corpo parece levitar como que a pedir aos deuses para que se acamem em águas revoltas, longe do céu, longe da palavra, longe da tenra respiração dos mortais.
Hoje fui à editora e vi a capa do próximo romance que sairá no Outono. Gostei. Falta agora acrescentar ao tempo o longo rol do esquecimento assim como a vasta teia desaparecida ao longo da escrita. Sobre o título e restantes figuras darei conta em tempo oportuno. Dizem-me que é assim que funciona o marketing, i.e., levantando com dedos de seda as pontas do soutien, mas sem ousar expor ao sol o apetecido mamilo. Até porque a estratosfera está cheia de problemas, como se sabe.