Penumbras matinais
Em frente, do outro lado da janela, vejo algumas laranjas espalhadas no chão. É uma talha luminosa que dança, passo a passo, uma espécie de Prelúdio de Villa-Lobos sobre um tapete persa à procura do seu voo. Entretanto, a chuva regressou e invadiu a toada demorada desta manhã de Dezembro. Ao fundo, os sobreiros já esqueceram a música que embalou a laranjeira e o breve passeio onde os frutos parecem esperar pela hora da rebentação.