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Finalmente suspiro de alívio. Porquê? Nenhuma razão confessável. O que se poderia confessar não tem lugar na esfera do que se diz. A confissão pertence a uma esfera que herdamos silenciosamente, tal como se pode herdar a forma de uma âncora depositada num cais. Formas que dão ao corpo a sua forma. Seja o corpo da confissão, seja o corpo de um utensílio como é uma âncora. Dizer pertence a outra esfera: acto imediato que molda linguagens que nos são dadas e que reinventamos para separar o que fica do que jamais poderia ficar. Eu não digo um boi, digo o que sugere aquele animal em concreto. Eu não confesso a minha ira, confesso o que a confissão me diz sobre a possibilidade de me libertar de qualquer coisa, proferindo-a.