quarta-feira, 11 de junho de 2008

Morte

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A morte quando chega é sempre inesperada. Um mail, um nome, um. E depois segue a rememoração do que tinha acontecido 'antes'. A última vez que a vi. A última vez que com ela falei. A última vez que sorri para ela ou a última vez que me arreliei com ela. De repente, como numa cascata, tudo. Por dizer. Tão inadvertido como a mais elementar das nuvens que se eleva no céu, que ganha corpo e que, num abismado relance, já não é. Volta a não ser. E não há palavra que chegue a ter tempo para dizer que não entende. Nem tempo, nem sentido. Quando chega, já foi. Um sentimento não esboça o que poderia sentir: dilui-se logo na nuvem que o faz. E agora, daqui a uma hora, é a República Checa ou é a BP que é mais barata do que a Galp?