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Nos cenários da nossa vida política, a maior parte das narrativas que nos entra em casa sofre desta sensaboria. E não é por causa do "cinzentismo", da "falta de causas", do "discurso circular" ou da liturgia da cassete. Não. É muito pior. É porque, ao contrário do que - por exemplo - acontece na publicidade, aquilo que os políticos têm a dizer deixou de ter como alvo o público. O fim a atingir passou a ser outro: a maioria dos políticos fala para cumprir o tempo que geralmente lhes passa ao lado. Falam para legitimar a sua existência. O seu estar ali. Não como num ritual, ou numa performance, mas ao jeito de uma personagem que, à beira da falésia, repete cinco ou seis vezes o seu nome próprio. E escuta o eco para confirmar a praga.
Nos cenários da nossa vida política, a maior parte das narrativas que nos entra em casa sofre desta sensaboria. E não é por causa do "cinzentismo", da "falta de causas", do "discurso circular" ou da liturgia da cassete. Não. É muito pior. É porque, ao contrário do que - por exemplo - acontece na publicidade, aquilo que os políticos têm a dizer deixou de ter como alvo o público. O fim a atingir passou a ser outro: a maioria dos políticos fala para cumprir o tempo que geralmente lhes passa ao lado. Falam para legitimar a sua existência. O seu estar ali. Não como num ritual, ou numa performance, mas ao jeito de uma personagem que, à beira da falésia, repete cinco ou seis vezes o seu nome próprio. E escuta o eco para confirmar a praga.