Bernardo Pinto de Almeida, Força de Imagem (O Surrealismo na Colecção Berardo), Campo das Letras, Porto, 2007 (Julho).
ePré-publicação:
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"Sob o título Força de Imagem, de que aqui se publica uma primeira parte, a que se seguirá uma segunda, mais específica e necessariamente mais pessoal no plano da interpretação sobre o Surrealismo em Portugal, procurei fazer uma abordagem do fenómeno estético surrealista. A que agora se publica retoma uma abordagem anteriormente disponível nos Cadernos do Museu n.º 2 do Sintra-Museu Berardo de Arte Contemporânea, que se editou para acompanhar uma primeira exposição, ali realizada, do núcleo surrealista desta importante colecção.
Procurando tomar em linha de conta as várias abordagens recentes sobre o tema que vêm mobilizando de Rosalind Krauss ou Donald Kuspit a Hal Foster, entre outros, ao longo da última década, alguns dos mais interessantes discursos da nova crítica de arte sobre uma eventual actualidade do Surrealismo (nomeadamente no que toca à possibilidade de rever alguns conceitos entretanto ultrapassados que se associaram à sua história e fortuna crítica), entendi, neste ensaio breve, pensar globalmente o fenómeno estético introduzido pela teoria e práticas surrealistas.
Tratou-se, então, e antes do mais, de voltar à origem do Movimento Surrealista, a partir dos seus textos fundadores – numa palavra, a André Breton –, para, a partir deles, encetar essa discussão, tendo em conta a importância do Surrealismo no desenvolvimento da arte moderna ao longo do século XX, e procurar contextualizar esse estudo a partir do importante núcleo reunido na colecção Berardo. Esta opção pelo regresso ao texto bretoniano corresponde à convicção profunda, que julgo ser pertinente sustentar, da necessidade de o continuar a ler em interdependência directa com as práticas artísticas dos principais artistas ligados ao Surrealismo.
Num espelhamento mútuo, no qual reside, a meu ver, a chave maior de compreensão do fenómeno surrealista. Mesmo sendo possível – como o pretendeu Krauss sobretudo – querer retirar a Breton esse papel fundador, substituindo-lhe, em medida de importância, autores como Georges Bataille ou mesmo Antonin Artaud, para ancorar hipóteses conceptuais em torno do informe ou da abjecção, não julgo que tal seja esclarecedor quanto ao que foi, histórica e esteticamente, o Surrealismo desde a sua origem."
Procurando tomar em linha de conta as várias abordagens recentes sobre o tema que vêm mobilizando de Rosalind Krauss ou Donald Kuspit a Hal Foster, entre outros, ao longo da última década, alguns dos mais interessantes discursos da nova crítica de arte sobre uma eventual actualidade do Surrealismo (nomeadamente no que toca à possibilidade de rever alguns conceitos entretanto ultrapassados que se associaram à sua história e fortuna crítica), entendi, neste ensaio breve, pensar globalmente o fenómeno estético introduzido pela teoria e práticas surrealistas.
Tratou-se, então, e antes do mais, de voltar à origem do Movimento Surrealista, a partir dos seus textos fundadores – numa palavra, a André Breton –, para, a partir deles, encetar essa discussão, tendo em conta a importância do Surrealismo no desenvolvimento da arte moderna ao longo do século XX, e procurar contextualizar esse estudo a partir do importante núcleo reunido na colecção Berardo. Esta opção pelo regresso ao texto bretoniano corresponde à convicção profunda, que julgo ser pertinente sustentar, da necessidade de o continuar a ler em interdependência directa com as práticas artísticas dos principais artistas ligados ao Surrealismo.
Num espelhamento mútuo, no qual reside, a meu ver, a chave maior de compreensão do fenómeno surrealista. Mesmo sendo possível – como o pretendeu Krauss sobretudo – querer retirar a Breton esse papel fundador, substituindo-lhe, em medida de importância, autores como Georges Bataille ou mesmo Antonin Artaud, para ancorar hipóteses conceptuais em torno do informe ou da abjecção, não julgo que tal seja esclarecedor quanto ao que foi, histórica e esteticamente, o Surrealismo desde a sua origem."
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Actualização das editoras que integram o projecto de pré-publicações do Miniscente: A Esfera das Letras, Antígona, Ariadne, Bizâncio, Campo das Letras, Colibri, Cotovia, Gradiva, Guerra e Paz, Livro do Dia, Magna Editora, Magnólia, Mareantes, Publicações Europa-América, Quasi, Presença, Sextante Editora e Vercial.