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A morte de Bergman não me levará para o encapelado mar do depoimento, esse panegírico emudecido ao sabor de repetidos topoi que se presta a encenar uma emoção (tantas vezes tosca, googlada e feita à pressa a pensar nos "Blogues de Papel" do Público).
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Resta-me, pois, um episódio cómico que me faz rir de tempos a tempos. Acontece que vi em Julho de 1983, na cidade de Leeuwarden, capital da Frísia (norte da Holanda), o filme Fanny and Alexander. Trata-se de uma obra com duração apreciável (mais de três horas, 188 minutos precisamente). Talvez por mestrias de indução narrativa e provavelmente, também, por algum cansaço, a verdade é que saí da sala de cinema ao intervalo... convencidíssimo de que o filme terminara. Uma falha por revelar e que acabou por tornar-se em objecto de paródia por parte de amigos meus ao longo dos anos. Ainda bem que a vida tem coisas destas. Obrigado Bergman!