Diana Pimentel, Ver a Voz, Ler o Rosto – Uma polaróide de Herberto Helder, Campo das Letras, Porto, 2007.
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Pré-publicação:
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"(...) Retome-se o centro, recoloquem-se as questões, tal como formuladas por Herberto Helder: “O poema está então centrado em si mesmo? (…) Possui forças expansivas bastantes, façam-no sair dali” (Helder, “Poesia Toda”, A Phala, n.º 20, 1990: 4). Um dos modos – aquele que aqui ensaio – de comparticipar no idioma particular por que os textos de Helder se escrevem é o de deles me aproximar tal como se pudesse “descer aos abismos da génese da
linguagem” (Amaral, 1991). Questão de método, atente-se na prescrição relativa à organicidade que para os seus textos o autor defende: “mas ou [o] levam inteiro com o centro no centro e armado à volta como um corpo vivo ou não levam nada, nem um fragmento” (Helder, idem, ibidem). Concebe-se, portanto, o texto como um “corpo vivo”, orgânica e totalitariamente fundado na linguagem que lhe dá forma, espelho e reflexo do seu centro. Admitida a importância da posição autoral sobre a integridade do discurso, observe-se a lucidez do leitor crítico: “Esta poesia é vital, não posso compreendê-la por meros actos de dissecação” (Magalhães, 1989). E é no próprio centro do poema que se colocam as questões para as quais tento aqui ensaiar uma correspondência: “Onde estão o corpo e a vida dele e a sua integridade? Onde, a solidão para escutar a solidão daquela voz?” (Helder, idem, ibidem). Trata--se precisamente de concentrar a atenção na “integridade” e singularidade de tal “voz”, a partir do estudo do conceito de escrita em Photomaton & Vox [particularmente no texto (em volta de)]. Tento aqui experimentar a especularidade inerente à linguagem, seguindo a hipótese apresentada por Helder: “eis o espelho, o mágico objecto do conhecimento, o objecto activo da criação do rosto” (Helder, “Poesia Toda”, A Phala, n.º 20, 1990: 4)."
linguagem” (Amaral, 1991). Questão de método, atente-se na prescrição relativa à organicidade que para os seus textos o autor defende: “mas ou [o] levam inteiro com o centro no centro e armado à volta como um corpo vivo ou não levam nada, nem um fragmento” (Helder, idem, ibidem). Concebe-se, portanto, o texto como um “corpo vivo”, orgânica e totalitariamente fundado na linguagem que lhe dá forma, espelho e reflexo do seu centro. Admitida a importância da posição autoral sobre a integridade do discurso, observe-se a lucidez do leitor crítico: “Esta poesia é vital, não posso compreendê-la por meros actos de dissecação” (Magalhães, 1989). E é no próprio centro do poema que se colocam as questões para as quais tento aqui ensaiar uma correspondência: “Onde estão o corpo e a vida dele e a sua integridade? Onde, a solidão para escutar a solidão daquela voz?” (Helder, idem, ibidem). Trata--se precisamente de concentrar a atenção na “integridade” e singularidade de tal “voz”, a partir do estudo do conceito de escrita em Photomaton & Vox [particularmente no texto (em volta de)]. Tento aqui experimentar a especularidade inerente à linguagem, seguindo a hipótese apresentada por Helder: “eis o espelho, o mágico objecto do conhecimento, o objecto activo da criação do rosto” (Helder, “Poesia Toda”, A Phala, n.º 20, 1990: 4)."
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