sexta-feira, 13 de abril de 2007

O impensável, o riso e a crença

e
Odete Santos saiu do parlamento e o facto tornou-se notícia. E ainda bem. É que a ex-deputada é uma comunista singular por saber que aquele sonho é uma coisa do outro mundo. E trata, por isso mesmo, este nosso mundo por tu, ou seja, sem a angústia austera que povoa a generalidade dos militantes de seita. A espontaneidade de Odete Santos tem - e teve sempre - muito da voz de Zaratustra (III, p.23): "E que seja tida por nós como falsa toda a verdade que não acolheu nenhuma gargalhada". Vai fazer bastante falta àquele hemiciclo cada vez mais seco e descarnado.