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O Miniscente tem estado a publicar uma série de entrevistas acerca da blogosfera e dos seus impactos na vida específica dos próprios entrevistados. Hoje a convidada é Sandra Ferrás, técnica de estudos de mercado, 34 anos.
O Miniscente tem estado a publicar uma série de entrevistas acerca da blogosfera e dos seus impactos na vida específica dos próprios entrevistados. Hoje a convidada é Sandra Ferrás, técnica de estudos de mercado, 34 anos.
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- O que é que lhe diz a palavra “blogosfera”?
Um mundo, um universo, a palavra a quem a quer ter, a anarquia para o bom e para o mau. A liberdade para tantos, um corte com a solidão, um aprofundar da solidão. Isolamento, socialização. O universo de todas as contradições.
- Qual foi o acontecimento (nacional ou internacional) que mais intensamente seguiu apenas através de blogues?
Já deixei de acompanhar há algum tempo o universo dos blogues. Descobri este "mundo", algures em 2001, com a passagem de uma conhecida Israelita por Lisboa. Fazia do blogspot o seu diário de viagens. Acompanhei alguém próximo que nessa altura resolveu ingressar no mundo, ainda em embrião (pelo menos por cá) dos blogues. Foi o primeiro blog nacional que conheci. O Silêncio apareceu em 2003, pelas mãos da mesma pessoa, que me arrastou para ele e acabou por ficar nas minhas mãos. Começou um pouco depois a loucura da descoberta, com meia dúzia de blogues a dar nas vistas. Deve ter sido nessa altura que mais acompanhei a onda. Alguns acontecimentos politicos faziam-me procurar alguns blogues esporadicamente (Guterres, Barroso, Santana.....). Hoje em dia apenas vejo os daqueles que me são mais próximos. Ganho com isso. São bons. Há demasiada palha, gerou-se demasiada palha e eu deixei de querer ter tempo para procurar as agulhas.
- Qual foi o maior impacto que os blogues tiveram na sua vida pessoal?
O Silêncio chegou a ser quase um fórum com posts a terem perto de 100 comentários. Foi um escape numa época profissional especialmente má, e numa reviravolta da minha vida pessoal. Foi muito importante para a minha sanidade na altura :)E tive um saldo extremamente positivo, que se reflecte na minha vida todos os dias - conheci por ele quase todos os que hoje me são queridos e próximos. Tem graça que todos eles hoje tenham blogues. O nosso universo, mesmo espalhado por vários pontos dentro destas linhas de fronteira, está sempre ali do outro lado do ecrã, alimentando os dias em que comboios ou estradas não tornam as distâncias mais pequenas que os bits e bytes.
- Acredita que a blogosfera é uma forma de expressão editorialmente livre?
Acredito sim, como disse acima, para o bom e para o mau. Todos dizem o que querem com os limites impostos apenas pelo que a sua consciência e respeito ao próximo ditam. E o anonimato pode ser a ferramenta que ajuda a derrubar/ignorar até esses limites. A sensação de se passar impune a tudo dá a liberdade para dizer o que se quer - defendendo uma verdade ou uma mentira.
Um mundo, um universo, a palavra a quem a quer ter, a anarquia para o bom e para o mau. A liberdade para tantos, um corte com a solidão, um aprofundar da solidão. Isolamento, socialização. O universo de todas as contradições.
- Qual foi o acontecimento (nacional ou internacional) que mais intensamente seguiu apenas através de blogues?
Já deixei de acompanhar há algum tempo o universo dos blogues. Descobri este "mundo", algures em 2001, com a passagem de uma conhecida Israelita por Lisboa. Fazia do blogspot o seu diário de viagens. Acompanhei alguém próximo que nessa altura resolveu ingressar no mundo, ainda em embrião (pelo menos por cá) dos blogues. Foi o primeiro blog nacional que conheci. O Silêncio apareceu em 2003, pelas mãos da mesma pessoa, que me arrastou para ele e acabou por ficar nas minhas mãos. Começou um pouco depois a loucura da descoberta, com meia dúzia de blogues a dar nas vistas. Deve ter sido nessa altura que mais acompanhei a onda. Alguns acontecimentos politicos faziam-me procurar alguns blogues esporadicamente (Guterres, Barroso, Santana.....). Hoje em dia apenas vejo os daqueles que me são mais próximos. Ganho com isso. São bons. Há demasiada palha, gerou-se demasiada palha e eu deixei de querer ter tempo para procurar as agulhas.
- Qual foi o maior impacto que os blogues tiveram na sua vida pessoal?
O Silêncio chegou a ser quase um fórum com posts a terem perto de 100 comentários. Foi um escape numa época profissional especialmente má, e numa reviravolta da minha vida pessoal. Foi muito importante para a minha sanidade na altura :)E tive um saldo extremamente positivo, que se reflecte na minha vida todos os dias - conheci por ele quase todos os que hoje me são queridos e próximos. Tem graça que todos eles hoje tenham blogues. O nosso universo, mesmo espalhado por vários pontos dentro destas linhas de fronteira, está sempre ali do outro lado do ecrã, alimentando os dias em que comboios ou estradas não tornam as distâncias mais pequenas que os bits e bytes.
- Acredita que a blogosfera é uma forma de expressão editorialmente livre?
Acredito sim, como disse acima, para o bom e para o mau. Todos dizem o que querem com os limites impostos apenas pelo que a sua consciência e respeito ao próximo ditam. E o anonimato pode ser a ferramenta que ajuda a derrubar/ignorar até esses limites. A sensação de se passar impune a tudo dá a liberdade para dizer o que se quer - defendendo uma verdade ou uma mentira.
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Entrevistas anteriores (apenas a Série II): Eduardo Pitta, Paulo Querido, Carlos Leone, Paulo Gorjão, Bruno Alves, José Bragança de Miranda, João Pereira Coutinho, José Pimentel Teixeira, Rititi, Rui Semblano, Altino Torres, José Pedro Pereira, Bruno Sena Martins, Paulo Pinto Mascarenhas, Tiago Barbosa Ribeiro, Ana Cláudia Vicente, Daniel Oliveira, Leandro Gejfinbein, Isabel Goulão, Lutz Bruckelmann, Jorge Melícias, Carlos Albino, Rodrigo Adão da Fonseca, Tiago Mendes, Nuno Miguel Guedes, Miguel Vale de Almeida, Pedro Magalhães, Eduardo Nogueira Pinto, Teresa Castro (Tati), Rogério Santos, Lauro António, Isabela, Luis Mourão, bloggers do Escola de Lavores, Bernardo Pires de Lima, Pedro Fonseca, Luís Novaes Tito e Carlos Manuel Castro, João Aldeia, João Paulo Meneses, Américo de Sousa, Carlota, João Morgado Fernandes, José Pacheco Pereira, Pedro Sette Câmara, Rui Bebiano, António Balbino Caldeira, Madalena Palma, Carla Quevedo, Pedro Lomba, Luís Miguel Dias, Leonel Vicente, José Manuel Fonseca, Patrícia Gomes da Silva, Carlos do Carmo Carapinha, Ricardo Gross, Maria do Rosário Fardilha, Mostrengo Adamastor, Sérgio Lavos, Batukada, Fernando Venâncio, Luís Aguiar-Conraria, Luís M. Jorge, Pitucha, Gabriel Silva, Masson, João Caetano Dias, Ana Luísa Silva, Ana Silva, Ana Clotilde Correia (aka Margot), Tomás Vasques, Ticcia Patrícia Antoniete, Maria João Eloy, André Azevedo Alves, Sílvia Chueire, André Moura e Cunha, Helder Bastos, José Bandeira, João Espinho, Henrique Raposo, Jorge Vaz Nande, João Melo, Diogo Vaz Pinto, Alice Morgado e Sérgio dos Santos, Adolfo Mesquita Nunes, João Paulo Sousa, Pedro Ludgero, João Tunes, Miguel Cardina, Paula Cordeiro, Edgar, André Azevedo Alves e Inês Amaral, David Luz, Saboteur, João Miguel Almeida, O Impensado, Hugo Neves da Silva, Paula Capaz e João Pinto e Castro. Hoje: Sandra Ferrás.