terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Mini-entrevistas/Série II – 124


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O Miniscente tem estado a publicar uma série de entrevistas acerca da blogosfera e dos seus impactos na vida específica dos próprios entrevistados. Hoje o convidado é Jorge Vaz Nande, 26 anos (http://apeste.blogspot.com/).
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- O que é que lhe diz a palavra "blogosfera"?
Um grupo aleatório de pessoas espalhadas pelo mundo que, num belo dia, decidiram que não estavam satisfeitas com os media tradicionais e descobriram que a Internet lhes permitia trocarem informação de modo mais esclarecido. Ao mesmo tempo, é a unidade produtiva (descentralizada e desconcentrada...) de um tipo de texto, o post, que, parece-me, é um género em si mesmo, sendo certo que isto será reconhecido no dia em que as suas regras específicas forem dissecadas e mumificadas e transformadas em coisa chata por alguém.
- Qual foi o acontecimento (nacional ou internacional) que mais intensamente seguiu apenas através de blogues?
Tenho seguido muito atentamente o percurso dos novos leitores de livros electrónicos, principalmente o Sony Reader e o iLiad, através dos blogs da MobileReaad e da TeleRead.
- Qual foi o maior impacto que os blogues tiveram na sua vida pessoal?
Para além de acompanhar cerca de 230 blogues através do Bloglines, há uma pergunta que me intriga: o que há de específico no blogue? Hoje leio e escrevo muito mais na Internet, sempre com esta pergunta em vista.
- Acredita que a blogosfera é uma forma de expressão editorialmente livre?
Não, na medida em que aquilo que pode ser livre por si mesmo não o pode ser por aquilo que lhe é exterior. Por exemplo, eu acho que seria muito interessante fazer algo como percorrer o país a pé ou de bicicleta e escrever diariamente num blog sobre o que se vai encontrando, num tom à New Journalism. No entanto, não posso financiar essa iniciativa. Ou seja, o blog, sendo uma ferramenta mediática com custos de funcionamento reduzidos, não evita, no seu conteúdo, os limites externos da capacidade de quem o edita. Isto, é claro, também funciona ao contrário: se alguém investir muito dinheiro em algo, quererá retorno e, como tal, não arriscará num blog de nicho. O que limita a edição não é o meio, é o poder de quem o usa, e esse poder define-se hoje segundo a sua riqueza acumulada. Portanto, só seremos editorialmente livres quando, um destes dias, trocarmos as voltas a este raciocínio.
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Entrevistas anteriores (apenas a Série II): Eduardo Pitta, Paulo Querido, Carlos Leone, Paulo Gorjão, Bruno Alves, José Bragança de Miranda, João Pereira Coutinho, José Pimentel Teixeira, Rititi, Rui Semblano, Altino Torres, José Pedro Pereira, Bruno Sena Martins, Paulo Pinto Mascarenhas, Tiago Barbosa Ribeiro, Ana Cláudia Vicente, Daniel Oliveira, Leandro Gejfinbein, Isabel Goulão, Lutz Bruckelmann, Jorge Melícias, Carlos Albino, Rodrigo Adão da Fonseca, Tiago Mendes, Nuno Miguel Guedes, Miguel Vale de Almeida, Pedro Magalhães, Eduardo Nogueira Pinto, Teresa Castro (Tati), Rogério Santos, Lauro António, Isabela, Luis Mourão, bloggers do Escola de Lavores, Bernardo Pires de Lima, Pedro Fonseca, Luís Novaes Tito e Carlos Manuel Castro, João Aldeia, João Paulo Meneses, Américo de Sousa, Carlota, João Morgado Fernandes, José Pacheco Pereira, Pedro Sette Câmara, Rui Bebiano, António Balbino Caldeira, Madalena Palma, Carla Quevedo, Pedro Lomba, Luís Miguel Dias, Leonel Vicente, José Manuel Fonseca, Patrícia Gomes da Silva, Carlos do Carmo Carapinha, Ricardo Gross, Maria do Rosário Fardilha, Mostrengo Adamastor, Sérgio Lavos, Batukada, Fernando Venâncio, Luís Aguiar-Conraria, Luís M. Jorge, Pitucha, Gabriel Silva, Masson, João Caetano Dias, Ana Luísa Silva, Ana Silva, Ana Clotilde Correia (aka Margot), Tomás Vasques, Ticcia Patrícia Antoniete, Maria João Eloy, André Azevedo Alves, Sílvia Chueire, André Moura e Cunha, Helder Bastos, José Bandeira e João Espinho. Agenda para esta semana (de 12/2 a 17/2): Henrique Raposo, Jorge Vaz Nande, João Melo, Diogo Vaz Pinto, Alice Morgado e Sérgio dos Santos.