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O Miniscente tem estado a publicar uma série de entrevistas acerca da blogosfera e dos seus impactos na vida específica dos próprios entrevistados. Hoje o convidado é Rui Bebiano, professor universitário e historiador, 53 anos (blogues: A Terceira Noite e Passado/Presente).
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- O que é que lhe diz a palavra "blogosfera"?
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- O que é que lhe diz a palavra "blogosfera"?
Serve-me, como a muitos outros, para designar o território de comunicação ocupado pelos blogues e pelo seu universo de criadores, de leitores e de críticos. Mas não me agrada muito, uma vez que contém implícito um dos males dos blogues: a redução da fala ao seu próprio espaço, ao seu jargão, à sua tecnologia, que rodam num universo paralelo ao de uma informação online que pode ser - como acontecia com os quase desaparecidos e-zines - mais completa e menos perecível.
- Qual foi o acontecimento (nacional ou internacional) que mais intensamente seguiu apenas através de blogues?
Que me recorde - talvez por se encontrarem mais próximos - a última intervenção internacional no Iraque e, principalmente, o complexo conflito israelo-libanês. De repente, dei por mim a desvalorizar os comentadores televisivos e a vasculhar uma riqueza analítica muito maior e muito mais plural (embora com muito ruído também, naturalmente).
- Qual foi o maior impacto que os blogues tiveram na sua vida pessoal?
Têm-me roubado imenso tempo ao sono e a actividades supostamente mais nobres, como a leitura de livros ou as idas ao cinema. Mas têm sido também um espaço importante para um debate razoavelmente alargado, para conhecer certas novidades - inclusive literárias - e para a prática regular de uma escrita mais informal e imediatista, que compensa a outra, necessariamente morosa e elaborada, que pratico profissionalmente. Também me serviram - e não foi pouco - para retomar contactos e iniciar outros. Alguns deles transformados em amizades.
- Acredita que a blogosfera é uma forma de expressão editorialmente livre?
É-o de alguma forma, na medida em que não está dependente dos limites impostos por administrações ou por conselhos de redacção. E permite também uma dimensão, amplamente democrática, integradora de sensibilidades e de linguagens que, de uma outra forma, jamais teriam acesso à palavra pública. Mas é também um espaço devassado, no qual é relativamente fácil o uso do anonimato, da deturpação ou do boato, suscitando alguns cuidados, da parte de muitos autores, que acabam por redundar em alguns constrangimentos editoriais. Mas nada de particularmente grave e que não seja compensado pelo lado muito positivo que referi em primeiro lugar.
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Entrevistas anteriores (apenas a Série II): Eduardo Pitta, Paulo Querido, Carlos Leone, Paulo Gorjão, Bruno Alves, José Bragança de Miranda, João Pereira Coutinho, José Pimentel Teixeira, Rititi, Rui Semblano, Altino Torres, José Pedro Pereira, Bruno Sena Martins, Paulo Pinto Mascarenhas, Tiago Barbosa Ribeiro, Ana Cláudia Vicente, Daniel Oliveira, Leandro Gejfinbein, Isabel Goulão, Lutz Bruckelmann, Jorge Melícias, Carlos Albino, Rodrigo Adão da Fonseca, Tiago Mendes, Nuno Miguel Guedes, Miguel Vale de Almeida, Pedro Magalhães, Eduardo Nogueira Pinto, Teresa Castro (Tati), Rogério Santos, Lauro António, Isabela, Luis Mourão, bloggers do Escola de Lavores, Bernardo Pires de Lima, Pedro Fonseca, Luís Novaes Tito e Carlos Manuel Castro, João Aldeia, João Paulo Meneses, Américo de Sousa, Carlota e João Morgado Fernandes. Agenda para esta semana (de 2 /1 a 6/1/07): José Pacheco Pereira, Pedro Sette Câmara, Rui Bebiano, António Balbino Caldeira e Madalena Palma.