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O Miniscente tem estado a publicar uma série de entrevistas acerca da blogosfera e dos seus impactos na vida específica dos próprios entrevistados. Hoje o convidado é Rui Semblano, pintor e designer gráfico, 43 anos (www.asombra.blogspot.com).
O Miniscente tem estado a publicar uma série de entrevistas acerca da blogosfera e dos seus impactos na vida específica dos próprios entrevistados. Hoje o convidado é Rui Semblano, pintor e designer gráfico, 43 anos (www.asombra.blogspot.com).
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- O que é que lhe diz a palavra “blogosfera”?
A primeira vez que contactei com os weblogs foi por ter lido um artigo de um jornal, em 2003, que focava o fenómeno, então ainda um meio explorado por relativamente poucos mas notórios "bloggers", como Pacheco Pereira, já mencionado no dito artigo. Aderi aos "blogs" naturalmente, como uma extensão da minha escrita diária a tinta e em papel - que não dispenso - sendo uma forma de intervenção directa na sociedade que me agrada bastante, pois nunca ficamos indiferentes ao que lemos, ainda que o processo seja subconsciente. A interactividade da "blogosfera", seja interna ou externa, proporciona um meio fabuloso de troca de informações, mas, para mim, é sobretudo o carácter pessoal do "blog" como espelho de quem o escreve e edita que me atrai. Existem momentos de verdadeiro prazer na leitura ou observação dos "blogs" que sigo usualmente, e cada vez que descubro um "novo" (para mim ou mesmo novo) é um acontecimento. A "blogosfera lusa" (como gosto de chamar à que por cá existe) já é um universo de paixões, de notícias, de interesses mais pessoais ou mais abrangentes, que exige algum esforço e dedicação a quem nela voga, agora muito ajudado pela tecnologia dedicada que entretanto se desenvolveu. Apesar do interesse despertado pela "blogosfera" no meio exterior, em especial nos meios de comunicação social, ela é e sempre será um universo próprio dos "blogonautas", sejam eles "bloggers" ou simples visitantes-leitores, embora com tendência a abrir mais e assim influenciar mais gente à medida que o uso da Internet se propaga e vulgariza. O maior obstáculo ao usufruto pleno deste espaço continua a ser a velocidade de acesso; uma vez ultrapassado, a explosão será maior ainda.
- Qual foi o acontecimento (nacional ou internacional) que mais intensamente seguiu apenas através de blogues?
Apenas através de "blogs" nunca segui nenhum. Mas já aconteceu, em casos ocorridos no estrangeiro, ter partido dos "blogs" para a imprensa ou televisão, também estrangeira, quando não existe cobertura nacional de determinados casos. Isto é comum em questões sensíveis, como as alterações climáticas ou o conflito israelo-árabe. O facto é que a "blogosfera" pode ser ponto de partida, chegada ou passagem, mas considero um erro seguir um determinado assunto apenas nesse ambiente. Há demasiada paixão, o que a torna tão interessante e cativante. E em termos de pesquisa, é como ter um exército privado de investigadores que vasculham a Internet em busca de novidades; exército em que cada "blogger" milita a seu modo. Neste aspecto, a "blogosfera" é fantástica.
- Qual foi o maior impacto que os blogues tiveram na sua vida pessoal?
Já estive afastado da "blogosfera" por dois períodos, um dos quais por completo e durante longo tempo. Nessas alturas apercebi-me de como os "blogs" (em especial o meu) me faziam falta. Após uns meses de actividade "blogosférica", as amizades, as leituras e os processos que se desenvolvem nesse espaço tornaram-se uma parte tão integrante da minha vida como ler o jornal ou ouvir rádio ou ver um filme. Não escolhi estes três exemplos gratuitamente.
- Acredita que a blogosfera é uma forma de expressão editorialmente livre?
Inteiramente. Os casos em que a opinião transmitida é "comprada" são muitos e auto-evidentes, mas na esmagadora maioria, o "blogger" escreve o que sente e o que pensa sem necessidade de "incentivos". Apesar de toda a publicidade que suporta serviços aparentemente gratuitos como os motores de edição que se usam na "blogosfera" (e que na realidade rendem milhões!), ela não interfere directa ou indirectamente com o conteúdo dos "blogs". Resta saber até quando será assim, mas acredito que, salvo uma catástrofe social em que se percam todas as liberdades individuais (e convém não esquecer que a Internet nasceu de um projecto militar secreto), a "blogosfera" saberá permanecer livre e terá meios para se manter como tal.
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Entrevistas anteriores: Série I - Carlos Zorrinho, Jorge Reis-Sá, Nuno Magalhães, José Luís Peixoto, Carlos Pinto Coelho, José Quintela, Reginaldo de Almeida, Filipa Abecassis, Pedro Baganha, Hans van Wetering, Milton Ribeiro, José Alexandre Ramos, Paulo Tunhas, António Nunes Pereira, Fernando Negrão, Emanuel Vitorino, António M. Ferro, Francisco Curate, Ivone Ferreira, Luís Graça, Manuel Pedro Ferreira, Maria Augusta Babo, Luís Carloto Marques, Eduardo Côrte-real, Lúcia Encarnação, Paulo José Miranda, João Nasi Pereira, Susana Silva Leite, Isabel Rodrigues, Carlos Vilarinho, Cris Passinato, Fernanda Barrocas, Helena Roque, Maria Gabriela Rocha, Onésimo Almeida, Patrícia Gomes da Silva, José Carlos Abrantes, Paulo Pandjiarjian, Marcelo Bonvicino, Maria João Baltazar, Jorge Palinhos, Susana Santos, Miguel Martins e Manuel Pinto e Jorge Mangas Peña. Série II – Eduardo Pitta, Paulo Querido, Carlos Leone, Paulo Gorjão, Bruno Alves e José Bragança de Miranda. Agenda desta semana (13/11 a 18/11): João Pereira Coutinho, José Pimentel Teixeira, Rititi, Rui Semblano, Altino Torres e José Pedro Pereira.
- O que é que lhe diz a palavra “blogosfera”?
A primeira vez que contactei com os weblogs foi por ter lido um artigo de um jornal, em 2003, que focava o fenómeno, então ainda um meio explorado por relativamente poucos mas notórios "bloggers", como Pacheco Pereira, já mencionado no dito artigo. Aderi aos "blogs" naturalmente, como uma extensão da minha escrita diária a tinta e em papel - que não dispenso - sendo uma forma de intervenção directa na sociedade que me agrada bastante, pois nunca ficamos indiferentes ao que lemos, ainda que o processo seja subconsciente. A interactividade da "blogosfera", seja interna ou externa, proporciona um meio fabuloso de troca de informações, mas, para mim, é sobretudo o carácter pessoal do "blog" como espelho de quem o escreve e edita que me atrai. Existem momentos de verdadeiro prazer na leitura ou observação dos "blogs" que sigo usualmente, e cada vez que descubro um "novo" (para mim ou mesmo novo) é um acontecimento. A "blogosfera lusa" (como gosto de chamar à que por cá existe) já é um universo de paixões, de notícias, de interesses mais pessoais ou mais abrangentes, que exige algum esforço e dedicação a quem nela voga, agora muito ajudado pela tecnologia dedicada que entretanto se desenvolveu. Apesar do interesse despertado pela "blogosfera" no meio exterior, em especial nos meios de comunicação social, ela é e sempre será um universo próprio dos "blogonautas", sejam eles "bloggers" ou simples visitantes-leitores, embora com tendência a abrir mais e assim influenciar mais gente à medida que o uso da Internet se propaga e vulgariza. O maior obstáculo ao usufruto pleno deste espaço continua a ser a velocidade de acesso; uma vez ultrapassado, a explosão será maior ainda.
- Qual foi o acontecimento (nacional ou internacional) que mais intensamente seguiu apenas através de blogues?
Apenas através de "blogs" nunca segui nenhum. Mas já aconteceu, em casos ocorridos no estrangeiro, ter partido dos "blogs" para a imprensa ou televisão, também estrangeira, quando não existe cobertura nacional de determinados casos. Isto é comum em questões sensíveis, como as alterações climáticas ou o conflito israelo-árabe. O facto é que a "blogosfera" pode ser ponto de partida, chegada ou passagem, mas considero um erro seguir um determinado assunto apenas nesse ambiente. Há demasiada paixão, o que a torna tão interessante e cativante. E em termos de pesquisa, é como ter um exército privado de investigadores que vasculham a Internet em busca de novidades; exército em que cada "blogger" milita a seu modo. Neste aspecto, a "blogosfera" é fantástica.
- Qual foi o maior impacto que os blogues tiveram na sua vida pessoal?
Já estive afastado da "blogosfera" por dois períodos, um dos quais por completo e durante longo tempo. Nessas alturas apercebi-me de como os "blogs" (em especial o meu) me faziam falta. Após uns meses de actividade "blogosférica", as amizades, as leituras e os processos que se desenvolvem nesse espaço tornaram-se uma parte tão integrante da minha vida como ler o jornal ou ouvir rádio ou ver um filme. Não escolhi estes três exemplos gratuitamente.
- Acredita que a blogosfera é uma forma de expressão editorialmente livre?
Inteiramente. Os casos em que a opinião transmitida é "comprada" são muitos e auto-evidentes, mas na esmagadora maioria, o "blogger" escreve o que sente e o que pensa sem necessidade de "incentivos". Apesar de toda a publicidade que suporta serviços aparentemente gratuitos como os motores de edição que se usam na "blogosfera" (e que na realidade rendem milhões!), ela não interfere directa ou indirectamente com o conteúdo dos "blogs". Resta saber até quando será assim, mas acredito que, salvo uma catástrofe social em que se percam todas as liberdades individuais (e convém não esquecer que a Internet nasceu de um projecto militar secreto), a "blogosfera" saberá permanecer livre e terá meios para se manter como tal.
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Entrevistas anteriores: Série I - Carlos Zorrinho, Jorge Reis-Sá, Nuno Magalhães, José Luís Peixoto, Carlos Pinto Coelho, José Quintela, Reginaldo de Almeida, Filipa Abecassis, Pedro Baganha, Hans van Wetering, Milton Ribeiro, José Alexandre Ramos, Paulo Tunhas, António Nunes Pereira, Fernando Negrão, Emanuel Vitorino, António M. Ferro, Francisco Curate, Ivone Ferreira, Luís Graça, Manuel Pedro Ferreira, Maria Augusta Babo, Luís Carloto Marques, Eduardo Côrte-real, Lúcia Encarnação, Paulo José Miranda, João Nasi Pereira, Susana Silva Leite, Isabel Rodrigues, Carlos Vilarinho, Cris Passinato, Fernanda Barrocas, Helena Roque, Maria Gabriela Rocha, Onésimo Almeida, Patrícia Gomes da Silva, José Carlos Abrantes, Paulo Pandjiarjian, Marcelo Bonvicino, Maria João Baltazar, Jorge Palinhos, Susana Santos, Miguel Martins e Manuel Pinto e Jorge Mangas Peña. Série II – Eduardo Pitta, Paulo Querido, Carlos Leone, Paulo Gorjão, Bruno Alves e José Bragança de Miranda. Agenda desta semana (13/11 a 18/11): João Pereira Coutinho, José Pimentel Teixeira, Rititi, Rui Semblano, Altino Torres e José Pedro Pereira.