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Extractos de posts que dão conta do olhar (prevenido ou desprevenido) do blogger sempre que contempla pelo retrovisor a paisagem da blogosfera
Extractos de posts que dão conta do olhar (prevenido ou desprevenido) do blogger sempre que contempla pelo retrovisor a paisagem da blogosfera
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"Verosimilhança de quietude, com o fluir lentíssimo deste tempo de outono. O post anterior foi escrito antes da chuva, que despertou em mim afãs de bicho diligente e zelador da sua toca e por aqui andei corre que corre, a fechar janelas, a ver bem se estão fechadas como deve ser, se está tudo bem. Enquanto ia de uma para outra, pensava onde pus os livros. Não todos, mas os que leio por estas alturas e que direi depois."
Impensado AT/Impensável (16/10/06)
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Ficha Técnica
Qualidade da vista: Razoável visibilidade, alguma água ainda no horizonte.
Estado da viajante: Prevenido e cuidadoso.
Tipo de espelho: Côncavo, reflexão com alguma anamorfose.
Tom (linguagem vs. rede): Entre Adantino e Moderato.
Outras impressões: uma vista que faz lembrar a que Garrett vislumbrou da sua casa de Santarém em tempo de cheia (quando ainda havia cheias regulares, coisa de que me lembro por sinal). Era um arrasador espelho de silêncio, mas sem qualquer conformidade com a “verosimilhança”. Tinha respiração própria e parecia abraçar o universo de lés a lés. Dava-se a ver como um espaço recurvado sob o céu que nele se embebia: um gigantesco post que mobilizaria para o blogue do autor de Camões e Dona Branca a mais intrigante das diligências. Foi por isso, talvez, que aquela literatura decidiu escapar às regras que até então formigavam nos salões e se expandiu ao ritmo incerto dos sentimentos (um vaivém sem fim para compor o desconcerto, para medir a pulsação da alma; para “ver” se estaria “tudo bem”). A vista pluvial do post do Impensável fez-me reentrar nesta homologia nostálgica de vistas que apela, afinal, à simplicidade: cuidar dos interiores, da casa como metáfora do espírito, do ir e vir como elementar palpitação dos sentidos.
"Verosimilhança de quietude, com o fluir lentíssimo deste tempo de outono. O post anterior foi escrito antes da chuva, que despertou em mim afãs de bicho diligente e zelador da sua toca e por aqui andei corre que corre, a fechar janelas, a ver bem se estão fechadas como deve ser, se está tudo bem. Enquanto ia de uma para outra, pensava onde pus os livros. Não todos, mas os que leio por estas alturas e que direi depois."
Impensado AT/Impensável (16/10/06)
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Ficha Técnica
Qualidade da vista: Razoável visibilidade, alguma água ainda no horizonte.
Estado da viajante: Prevenido e cuidadoso.
Tipo de espelho: Côncavo, reflexão com alguma anamorfose.
Tom (linguagem vs. rede): Entre Adantino e Moderato.
Outras impressões: uma vista que faz lembrar a que Garrett vislumbrou da sua casa de Santarém em tempo de cheia (quando ainda havia cheias regulares, coisa de que me lembro por sinal). Era um arrasador espelho de silêncio, mas sem qualquer conformidade com a “verosimilhança”. Tinha respiração própria e parecia abraçar o universo de lés a lés. Dava-se a ver como um espaço recurvado sob o céu que nele se embebia: um gigantesco post que mobilizaria para o blogue do autor de Camões e Dona Branca a mais intrigante das diligências. Foi por isso, talvez, que aquela literatura decidiu escapar às regras que até então formigavam nos salões e se expandiu ao ritmo incerto dos sentimentos (um vaivém sem fim para compor o desconcerto, para medir a pulsação da alma; para “ver” se estaria “tudo bem”). A vista pluvial do post do Impensável fez-me reentrar nesta homologia nostálgica de vistas que apela, afinal, à simplicidade: cuidar dos interiores, da casa como metáfora do espírito, do ir e vir como elementar palpitação dos sentidos.