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Em tempo de transtextualidades ácidas e convulsivas, o plágio tem outro sabor. Não certamente o oitocentista. Às vezes, aparece às claras e sem aparente necessidade (caso Clara Pinto Correia); outras vezes, é algo forçado e reflecte características endógenas (caso Margarida Rebelo Pinto); outras vezes ainda, parece limitar-se a admirar o incauto pelo modo e pelo timing com que se anuncia e até pela atenção bibliográfica do putativo plagiador (o caso de hoje, i.e., de Miguel Sousa Tavares).
Por outro lado, não posso deixar de o confessar, os detectives e pesquisadores de plágio sempre tiveram para mim o seu quê de perverso e nubloso. E quando subitamente aparecem na desejada ribalta a denunciar, vejo-me sempre a perguntar em silêncio tumular: o que teriam eles feito ao tempo com que se ocuparam de tais crimes hediondos, se tivessem antes activado o brilho do seu próprio génio criador? E fico invariavelmente sem resposta. And you?