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O Miniscente está a publicar uma série de entrevistas acerca da blogosfera e dos seus impactos na vida específica dos próprios entrevistados. Hoje o convidado é Paulo José Miranda, poeta e escritor.
O Miniscente está a publicar uma série de entrevistas acerca da blogosfera e dos seus impactos na vida específica dos próprios entrevistados. Hoje o convidado é Paulo José Miranda, poeta e escritor.
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O que é que lhe diz a palavra "blogosfera"?
O que é que lhe diz a palavra "blogosfera"?
Um espaço de liberdade. Um espaço onde se pode aprender e amplificar o conceito de responsabilidade. Pois se a qualquer momento nossas palavras podem ser vistas em qualquer parte do mundo, a responsabilidade aumenta e a consciência dela também, embora por vezes não necessariamente. Por isso, sou partidário dos comentários devidamente identificados. E, por maioria de razão, digo o mesmo em relação aos blogs de cada um. A blogosfera é um enorme livro, cheio de capítulos, de aforismos, de desenhos, de fotografias. Fazemos a leitura que queremos, exercitando ao máximo a nossa condição de escolha (temos sempre de escolher) e a capacidade de procura.
Seguiu algum acontecimento nacional ou internacional através de blogues?
Sem dúvida! O mais recente foi o caso alertado (foi assim que soube) pelos blogues Subrosa, da Meg, e o do Milton Ribeiro, meu companheiro do espaço Verbeat, acerca da censura ao blog da jornalista Alcinéa Cavalcante, por causa da sua campanha “Xô Sarney”. E, devido a eles, fui parar ao Pensar Enlouquece, do Inagaki, que conta muito bem tudo o que se passou.
Qual foi o maior impacto que os blogues tiveram na sua vida pessoal?
No meu caso é total. Pois pela primeira vez senti que estava em casa, que tinha um espaço onde poderia escrever e ser lido. Um espaço onde poderia receber pessoas. Amigos, conhecidos e até os outros. Editar livros não é o mesmo que estar “ligado”. Para mim, editar livros é lidar com o futuro, isto é, fazer com que um dia seja passado nas mãos de alguém; estar “ligado” é atual, é participar no nosso tempo de um modo efetivo, atuante e imediato. O que me agrada na blogosfera é precisamente a diversidade. E a qualidade dessa diversidade, muito maior do que a imprensa escrita. Se quisermos saber algo acerca do que se passa no Médio Oriente vamos encontrar blogues americanos, espanhóis, ingleses e, para quem domine a língua, em árabe, muito melhor do que qualquer jornal ou revista. E o mesmo em relação a assuntos culturais ou outros mais ligeiros.
Acredita que a blogosfera é uma forma de expressão editorialmente livre?
Não se trata de acreditar. Pois acreditar é não poder ver aquilo que se afirma ou que se aceita como verdade. Acredito que alguém me diz a verdade, por exemplo, sem que haja provas disso; ou o caso de quem acredita em Deus. Eu, pelo contrário, sou confrontado diariamente com a liberdade de expressão da blogosfera. Vejo a liberdade. Ainda que haja quem queira controlar esse meio de expressão, como por exemplo na China e no Irã. E agora também, ao que parece, no Brasil. Por outro lado, como comecei por dizer, os blogues (e a internet) são um lugar privilegiado para o exercício da liberdade, isto é, da escolha.
Seguiu algum acontecimento nacional ou internacional através de blogues?
Sem dúvida! O mais recente foi o caso alertado (foi assim que soube) pelos blogues Subrosa, da Meg, e o do Milton Ribeiro, meu companheiro do espaço Verbeat, acerca da censura ao blog da jornalista Alcinéa Cavalcante, por causa da sua campanha “Xô Sarney”. E, devido a eles, fui parar ao Pensar Enlouquece, do Inagaki, que conta muito bem tudo o que se passou.
Qual foi o maior impacto que os blogues tiveram na sua vida pessoal?
No meu caso é total. Pois pela primeira vez senti que estava em casa, que tinha um espaço onde poderia escrever e ser lido. Um espaço onde poderia receber pessoas. Amigos, conhecidos e até os outros. Editar livros não é o mesmo que estar “ligado”. Para mim, editar livros é lidar com o futuro, isto é, fazer com que um dia seja passado nas mãos de alguém; estar “ligado” é atual, é participar no nosso tempo de um modo efetivo, atuante e imediato. O que me agrada na blogosfera é precisamente a diversidade. E a qualidade dessa diversidade, muito maior do que a imprensa escrita. Se quisermos saber algo acerca do que se passa no Médio Oriente vamos encontrar blogues americanos, espanhóis, ingleses e, para quem domine a língua, em árabe, muito melhor do que qualquer jornal ou revista. E o mesmo em relação a assuntos culturais ou outros mais ligeiros.
Acredita que a blogosfera é uma forma de expressão editorialmente livre?
Não se trata de acreditar. Pois acreditar é não poder ver aquilo que se afirma ou que se aceita como verdade. Acredito que alguém me diz a verdade, por exemplo, sem que haja provas disso; ou o caso de quem acredita em Deus. Eu, pelo contrário, sou confrontado diariamente com a liberdade de expressão da blogosfera. Vejo a liberdade. Ainda que haja quem queira controlar esse meio de expressão, como por exemplo na China e no Irã. E agora também, ao que parece, no Brasil. Por outro lado, como comecei por dizer, os blogues (e a internet) são um lugar privilegiado para o exercício da liberdade, isto é, da escolha.
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Nos posts de baixo: entrevistas a Carlos Zorrinho, Jorge Reis-Sá, Nuno Magalhães, José Luís Peixoto, Carlos Pinto Coelho, José Quintela, Reginaldo de Almeida, Filipa Abecassis, Pedro Baganha, Hans van Wetering, Milton Ribeiro, José Alexandre Ramos, Paulo Tunhas, António Nunes Pereira, Fernando Negrão, Emanuel Vitorino, António M. Ferro, Francisco Curate, Ivone Ferreira, Luís Graça, Manuel Pedro Ferreira, Maria Augusta Babo, Luís Carloto Marques, Eduardo Corte-real e Lúcia Encarnação. Amanhã: João Nasi Pereira, Arquitecto, 56 anos.
Nos posts de baixo: entrevistas a Carlos Zorrinho, Jorge Reis-Sá, Nuno Magalhães, José Luís Peixoto, Carlos Pinto Coelho, José Quintela, Reginaldo de Almeida, Filipa Abecassis, Pedro Baganha, Hans van Wetering, Milton Ribeiro, José Alexandre Ramos, Paulo Tunhas, António Nunes Pereira, Fernando Negrão, Emanuel Vitorino, António M. Ferro, Francisco Curate, Ivone Ferreira, Luís Graça, Manuel Pedro Ferreira, Maria Augusta Babo, Luís Carloto Marques, Eduardo Corte-real e Lúcia Encarnação. Amanhã: João Nasi Pereira, Arquitecto, 56 anos.