segunda-feira, 18 de setembro de 2006

Mini-entrevistas - 20

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o Miniscente está a publicar uma série de entrevistas acerca da blogosfera e dos seus impactos na vida específica dos próprios entrevistados. Hoje a convidada é Ivone Ferreira, docente de Retórica na UBI, 30 anos.
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- O que é que lhe diz a palavra “blogosfera”?
Recorrendo a um termo das ciências exactas, a blogosfera será o domínio dos blogues. Isto é, a blogosfera será uma espécie de planeta habitado por blogues e blogueiros, sendo estes últimos uns seres que disponibilizam ou recebem informação através de páginas pessoais na internet.
- Seguiu algum acontecimento nacional ou internacional através de blogues?
Penso que ainda consultei um ou dois blogues de jornalistas ligados a diários portugueses de referência, após o 11 de Setembro e durante a guerra no Líbano, mas não “perdi” muito tempo com isso.
Para mim os jornais continuam a ser os jornais: é aí que vou beber informação. Vejo os blogues mais como uma espécie de cadernos culturais, que leio com frequência – alguns deles todos os dias, logo pela manhã, tal como consulto a Lusa e alguns diários on-line – mas que servem mais para abrir horizontes (de leitura, por exemplo) do que para fornecer informação (jornalística).
- Qual foi o maior impacto que os blogues tiveram na sua vida pessoal?
“Impacto” parece-me uma palavra muito forte. Apetecia-me dizer que não tiveram impacto nenhum… Depois penso melhor e reparo que consulto blogues diariamente, que eu própria tenho um blogue, que o uso para dar referências, e que passo bastante tempo com a Internet, não necessariamente à volta dos blogues.
- Acredita que a blogosfera é uma forma de expressão editorialmente livre?
Haverá alguma coisa totalmente livre? Editorialmente? Talvez, mas não passamos a ser editores de nós próprios? Desaparece a figura do editor mas surgem, talvez, figuras com ainda mais poder:
Primeiro, as audiências. Um blogueiro será sempre alguém com alguma vaidade que não se contenta em contemplar-se a si mesmo, ao contrário de Narciso. Se quer ser lido, tratará de adequar os conteúdos que publica ao seu público.
Segundo, nada que façamos é inconsequente. Para além das audiências há leis, e o desrespeito por estas habilita o blogueiro a ser processado pelos conteúdos que publicou.
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Nos posts de baixo: entrevistas a Carlos Zorrinho, Jorge Reis-Sá, Nuno Magalhães, José Luís Peixoto, Carlos Pinto Coelho, José Quintela, Reginaldo de Almeida, Filipa Abecassis, Pedro Baganha, Hans van Wetering, Milton Ribeiro, José Alexandre Ramos, Paulo Tunhas, António Nunes Pereira, Fernando Negrão, Emanuel Vitorino, António M. Ferro e Francisco Curate. Amanhã: Luís Graça, jornalista/escritor, 43 anos.