quinta-feira, 20 de julho de 2006

Modos de vida - 4 (act.)

e
A tentação actual (de um certo mainstream) de relativar o terrorismo, ousando compreender-lhe com complacência as origens e a quase razoabilidade e até generosidade dos seus fundamentos últimos, equivale a diluir ao nível das várias barbáries os valores da democracia e da liberdade que se sedimentaram - nos últimos dois séculos e meio - em muitos lugares e culturas do mundo (embora a caminhada e a descoberta desses valores e da sua praxis tivessem acontecido no Ocidente).
Ver o 11 de Setembro à luz de uma mistificação "norte-americana", perceber a guerra contra os Hezbollahs deste mundo apenas como agressão unilateral "em nome de nada"; discutir a Europa à luz de um paternalismo multicultural que chega a iludir o tabu Theo van Gogh, ou entender com normalidade processual a duplicação terrorista de blogues (o caso Abrupto não é inocente)... é caminhar realmente para o abismo, ou seja, para a própria relativação da praxis da democracia e da liberdade, esteios importantíssimos que atingimos após séculos de pesada superação.
Modos de vida, dir-se-á.
E
p.s. - Não é verdade que a CNN trate a guerra com um óculo apenas. Os vídeos que passam no site da CNN são amplamente abertos a todo o tipo de perspectivas do que está a ser vivido. Independentemente dos juízos e análises, que muitas vezes perdem a frieza e eficácia devido ao cariz impressivo das imagens, vale a pena seguir essas reportagens.
e