Para além do errante teor político, há coisas que batem certo. Por exemplo: (a) continua sem se perceber a razão que levou Soares a candidatar-se. Há prazos de validade política e tributos que deixam de ter razão de ser à medida que se repetem de modo inusitado; (b) continua a parecer enigmático que Cavaco faça do estoicismo sem ondas um método que todos acatam, apenas porque irá preencher, presume-se, uma espécie de carência pública de tutela; (c) continua a ser divertido ver Manuel Alegre a coligar aristocracia telúrica com romantismo revolucionário sob os auspícios de alguns dos nossos mais celebrados escritores; (d) continua a ser de missal a peregrinação da ira prosódica que abisma Louçã; e) continuará a ser objecto de estudo para os biógrafos comunistas que estão na moda a heróica sensibilidade proletária de Jerónimo de Sousa.
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(Há um grande atraso mental em Portugal: é o que é. Só se safa Inês de Castro)