Quotidianos - 9
Estou numa esplanada e peço um pastel de nata com canela e um quarto de leite Vigor (faço questão, neste caso, de explicitar a marca). O empregado deita o leite no copo e eu bebo-o lentamente. Adoro leite gelado em tarde quente de Maio. Só depois de ter lido o jornal é que reparei que a garrafa (de vidro) estava totalmente rachada de alto a baixo, em várias direcções, quer por dentro, quer por fora. A fragilidade do vasilhame era tal que, na minha mão, quase se desfez. Entro no café com a garrafa na mão (e a dizer das boas) e o empregado fica de imediato alarmado. - Mas… bebeu tudo? - E eu respondo que sim. Moral da história: pedi que guardassem a garrafa, não fosse preciso alguém pagar a cirurgia. Até agora não houve sinal de coisa maligna ou funesta. Devo é ser um belo faquir.