O terreno dos blogues?
Talvez seja apenas uma pressentimento. Ou uma espécie de profecia invertida que parte do futuro em direcção aos fragmentos do presente. Ou um simples paraíso onde se sentem novos impactos: ideias fugazes, argumentos em construção, quotidianos em curso, fragmentos imperfeitos e encapelados, etc.
O ser dos blogues vive na razão inversa das correcções e depurações que são próprias da cultura do livro. Na escala do imediato, fica sempre por dizer aquele corpo que a linguagem um dia diria.
Sim, a cultura do livro sempre idealizou que a linguagem, um dia, iria dizer tudo (de cima para baixo): o futuro, a salvação, a escatologia, a ética, a teodiceia, tudo.
Mas aquilo que se diz na escala do imediato equivale tão-só a uma luz muita viva que já chegou, mas que ainda não chegou a ser. Um corpo dinâmico apenas feito de cometas que se cruzam. Em rede.