Silhuetas
Quando ia a sair do bar, era noite, vi uma nuvem humana em delírio. Imobilizei-me. Quando pensei que ia ser varrido do planeta, ouvi um estrondo. Partira-se a montra a meu lado e o caixote do lixo explodia. Depois, houve um clarão. Nada mais. Roncos e sons desconexos. Olhei para trás e aquilo parecia um amontoado de gangsters gigantes, jogadores de futebol americano, gorilas de Hanói. Passaram e eu senti que não passava de uma amiba ilesa entre a furagida praga de milhares de gafanhotos. Por milagre assim foi.