Referendo
Vasco Pulido Valente levanta hoje no Público o problema essencial que pode, aliás, ser postulado através de uma simples questão: que relação existe, de facto, entre o texto do Tratado Constitucional Europeu e aquilo que é a realidade actual, pura e dura da Europa? O habilíssimo e perspicaz cronista discorre muito sucinta e cirurgicamente acerca deste “parentesco imotivado”, como se diz na pátria semiótica tradicional. Hei-de voltar ao tema um dia destes, sabendo, à partida, que a tentação de resolver as fracturas da realidade através de actos de linguagem (pomposos) é algo tão clássico como o pavão a abrir cautelosamente a sua ampla e gongórica cauda.