quinta-feira, 12 de agosto de 2004

Ficcionalidades de prata - 9


(Rocha em Rocker Creek, Arizona, William Bell, 1872)

O contorno, a rugosidade, o ímpeto, a memória, o vasto e demorado enredo, ou tão-só a intemporalidade desse dia de toada sépia em que a pedra penetrou o ar. Ao longe, terá sobrado a frescura do horizonte, linha diluída pela liquidez que abraçou de vez o fundo profundo e robusto do falo. Assim é a terra: um corpo íntimo, abundante e fértil que sabe ser nauta ou náufrago no sigilo dos ciclos. Pedra navegante.