terça-feira, 18 de maio de 2004

Embuste - 5



Vale a pena ler este texto, da autoria de João Augusto de Médicis (Secretário Executivo da CPLP), e que é parte de um artigo publicado no jornal Minha Pátria é a Língua Portuguesa em 1 de Março de 2003. O extracto escolhido corresponde a um parágrafo onde se tenta traduzir a própria “ideia” de lusofonia. Num primeiro momento, ela adviria do mar e da língua (tal como é denotado na bandeira da CPLP), mas, num segundo momento, passaria a ter proveniência mais elevada, a saber, a “democracia e a liberdade”. Eu diria, no mínimo, que era bom (penso em Angola, mas não só). Trocar desígnios por desejos, eis a raiz de toda a falácia. Leiamos o texto com a devida vénia:

"Todos sabemos que a Língua Portuguesa começou a difundir-se pelo mundo ainda no século XV, em decorrência da expansão marítima de Portugal, empreendimento que constituiu, sem dúvida, uma das grandes sagas da História universal. Não obstante, o que hoje dá à Lusofonia tanto carisma, o que lhe permite firmar-se com a força de quem existe desde sempre, é o fato de surgir como “ideia” a partir da maturidade política e cultural de seus povos e estados membros. A comunidade da Língua Portuguesa é, sobretudo, filha da democracia e da liberdade. Por isso nasce como fraternidade, como união de iguais, como projecto comum."

Sem mais comentários. Espero que o diálogo sobre o tema se prolongue.
(outros posts sobre o tema aqui, aqui, aqui, aqui e aqui)