Gibson e o logro anunciado
Andrew Sullivan afirma no seu blogue que o filme de Mel Gibson, The Passion of the Christ, é pornográfico. A ideia é retomada numa interessante carta ao editor do New York Times onde se adicionam epítetos bastante fortes à fita de Gibson, tais como “anti-semita”, “anti-católico” ou “anti-cristão”. Mas o aspecto mais estimulante dessa carta é a comparação estabelecida entre a teia da Paixão segundo Gibson e a catarse trágica do 11 de Setembro que o Oxblog desenvolve do seguinte modo:
“The comparison of the Passion to September 11th raises an interesting point. To what degree is an immediate inundation of the senses necessary to overcome the detachment that develops in time? Having lived through September 11th, we have no need to watch the planes crash again and again. But are there Christians who might be inspired by this sort of film, which goes beyond the violence of gospel? Or does a reliance on such fare suggest a spiritual failure on the part of the Church to inspire its members with the ideas that Christ stood for?”
Eu prefiro esperar para ver o filme. Embora não seja insensível à negatividade do pathos que adopta a materialidade e a exposição carnal do sofrimento para tão-só o evocar, denotar, ou transpor para outra putativa dimensão. Esperar para ver, numa palavra.