Explicações, hoje e aqui
E ao fim da tarde gosto de ver a luz amarelada dos candeeiros a vaguear entre as copas das árvores que há muito se fundiram com a opacidade da memória. E resta sempre um impulso que me leva a interrogar a natureza deste gosto, deste olhar, desta vista, deste gesto, disto tudo. Fico sem explicações (prefiro), sabendo, no entanto, que elas existem e que estão sempre ao nosso lado como se fossem uma praga inevitável, uma beleza desconcertante, um leviatã sem enredo, ou até uma bailarina sem corpo.