segunda-feira, 10 de novembro de 2003

Televisão

Como é hoje divulgado pelo Público, "as crianças que têm televisão no quarto ou vivem em casas onde ela está ligada a maior parte do tempo têm mais dificuldade em aprender a ler que as outras crianças da mesma idade."
Por mim, independentemente desse e doutros estudos, prefiro a mais original teoria sobre a televisão. A de Peter Sloterdijk (um dos autores que, pelo seu brilho, mais sigo, mais aconselho e mais leio).
Diz o autor que a televisão acabou por trazer a todos a paz e o reconforto que há muito ansiavam, após milénios daquilo que eu próprio tenho designado pela "civilização da espera" (Anjos e Meteoros). Espera pelos paraí­sos e pelos infernos de todo o tipo. Não sei se Sloterdik tem razão, ou não. Mas que corta a sério na seara dominante, a anti-telecrática primária, lá isso é um facto. E já não é mau.
É que estou farto do pensamento monocarrílico que reivindica sempre um lado iluminado contra um outro completamente escurecido. Estilo Quercus, quando se põe a falar de comboios e coisas assim do género.