quarta-feira, 26 de novembro de 2003

Névoa

Acordo entre as névoas. Em frente, os velhos vizinhos: um limoeiro tímido, a nespereira que se fecha em segredos longínquos e, ao lado, as tangerinas que parecem querer escalar pela invisibilidade do céu. Há paraísos que nos escapam, que se removem na voracidade do quotidiano, que se diluem no imenso ruído do pasmo e do pranto diários. Mas, por um escasso segundo, há que saber detectá-los. Percebê-los. Marcas de uma névoa ainda densa.