Gris
"Gris, gris, l´amour est gris". Parece que foi hoje e ainda me lembro tão bem da voz quase invicta e inocente que serpenteava a melopeia. Olho para o céu e é assim Lisboa, hoje, nesta vaga de boqueirões por onde passo pausadamente em face a face com o rio, do outro lado do spleen em correria viva de buzinão. Em frente, o aço avermelhado de um barco e os guindastes a separarem o joio e a luz inclinadíssima e coada que me leva, por momentos, para outros passeios sem fim à beira do Prinsentgracht. O olhar continua dentro de momentos.