Homenagem a uma insónia
Ver o sol nascer devagar, eis o único sortilégio da insónia. A noite a desaparecer para Oeste e, do lado de Espanha, a mancha prateada a esvaecer o azul denso e misterioso. Depois, houve ainda tempo para os relógios pontuarem lá muito ao longe. Até que uma luz solitária se abriu em frente, do outro lado da estrada, num terceiro andar do hotel. Passavam entretanto TIRs e mais TIRs a repisarem a água que se escapava, desapercebida, do gota a gota do relvado. Mais uma manhã pródiga de Outubro. Depois. lembro-me que voltei a dormir e, mais tarde, o resto do dia foi de reminiscências estranhas. Uma verdadeira retorta de miniscências.