Haja luz
É verdade, o Miniscente esteve presente na inauguração da nova Luz. Já me apercebi que a coisa não é lá muito bem vista por alguns sectores blogosféricos que acham que vivemos num país à camionista da Luís Simões (o que não deixa de ser verdade). Mas como a realidade é feita também de pedreiros e de outras recambolescas e respeitáveis auras, a verdade é que no futebol o que me aparece à vista, para além da sempre esperada genialidade dos lances de qualquer jogo (mesmo os visionários, ou místicos), é a sensação quase pura que paira no olhar das pessoas (dos espectadores) e que remete para um mundo arcaico subitamente acordado, restaurado, reatado. Ainda que por hiatos involuntários e tão distantes de quem, em massa, os protagoniza. É por isso que, de repente, no meio das cenografias da Luz nocturna, senti que estava novamente em Delfos, entre as respirações ancestrais do desfiladeiro, a percorrer o insondável olhar dos milhares que ali magicamente acorriam vindos de todas as orlas do mare nostrum.