terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Risos - 4

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O jogo de sensações que se estabelece entre o escrivão e o protagonista de O Estrangeiro de Camus é, a certa altura, coroado pela generosa e quase misericordiosa intervenção do juiz:
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“A cada frase, ele dizia: «Bem Bem». Quando cheguei ao corpo estendido na areia, aprovou-me, dizendo: «Bom». Quanto a mim, estava cansado de repetir a mesma história e tinha a impressão de nunca ter falado tanto. Depois de um silêncio, o juiz levantou-se e disse que me queria ajudar, que o meu caso o interessava e, com a ajuda de Deus, faria qualquer coisa por mim”.
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(A. Camus, O Estrangeiro, Edição Livros do Brasil, Lisboa, s/d, pp.142/3)