quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Cerveja e literatura - 57

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"Quando o cônsul Buddenbrook e Siegismund Gosch voltaram à assembleia, a sala oferecia um aspecto mais confortável do que um quarto de hora antes. Estava iluminada por dois grandes candeeiros de parafina, colocados na mesa do presidente, e os deputados estavam juntos, sentados, de pé, enchendo de cerveja os grandes copos bebendo, e conversando barulhentamente, num ambiente de franca alegria. A sr.ª Suerkringel, viúva dedicada, viera em socorro dos seus hóspedes prisioneiros, oferecendo-lhes, com palavras eloquentes, uma refeiçãozinha, pois que o sítio podia durar muito tempo. Assim, aproveitara-se do distúrbio para vender grande quantidade da sua cerveja clara e bastante alcoólica. No momento da volta dos emissários, o criado, em mangas de camisa e com um sorriso benevolente, trazia nova carga de garrafas. Não obstante a hora avançada e apesar de ser tarde demais para se ocuparem da modificação da Constituição, nenhum dos deputados parecia disposto a interromper a reunião alegre, para voltar para casa. De qualquer forma, a hora do chá já passara…"
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(Thomas Mann, Os Buddenbrook, Livros do Brasil, Lisboa, s/d, p. 139; Participação: Alberto Magalhães)