quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Cerveja e literatura - 36

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Entre o ouro, a água, a memória e, claro, a cerveja:
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“A bordo havia, cerveja e pãezinhos. Guido temperava tudo com a sua tagarelice inesgotável. Falava agora das enormes riquezas escondidas no mar. Já não se tratava de peixe, como Luciano julgava, ou de tesourtos naufragados, mas de oiro dissolvido na água. Lembrando-se de repente que eu estudara química, interpelou-me:
- Deves saber qualquer coisa a este respeito.
As minhas recordações eram um tanto vagas, mas respondi que sim com a cabeça e arrisquei uma observação, da qual não tinha muita certeza que fosse exacta:
- O oiro do mar é o mais dispendioso de todos.”
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(Italo Svevo, A Consciência de Zeno, Editorial Minerva, Lisboa, (1923) s/d, p.249)