segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Presciência

e
Estou a ler um romance cuja efígie matricial, por assim dizer, imaginei há uns anos. Na Primavera de 2002, mais propriamente. Ou seja: o que eu imaginei era diferente, claro, mas a traça, a história, alguns propósitos e até cambiantes, para além do tratamento de informação (do mundo árabe, por exemplo) não andariam muito longe. Trata-se de O Terrorista de John Updike (2007). Não chego aos calcanhares do senhor, como é evidente. Mas a sensação de estar a ler uma espécie de Déja Vu deixa-me, no mínimo, estupefacto. Já muitas vezes tive a sensação do Ovo de Colombo, ou seja, de desejar ilimitadamente ter escrito romances que vou lendo, mas confesso-me imaculado e virgem nesta nova sensação de niilismo que tem como base uma estanha presciência imaginativa.